Na quarta-feira (17), a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia informou que a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deste ano subiu de 8,4% para 10,04%. Com isso, o salário mínimo de 2022 vai acabar aumentando mais que o esperado.
Hoje, o salário mínimo está no valor de R$1.100, mas com a nova previsão o salário vai subir para R$1.210,44 no próximo ano.
Assim, o valor será de R$41,44 acima da última proposta oficial do governo para o salário mínimo do próximo ano, que foi divulgada em agosto e previa o pagamento de R$1.169.
O que é o INPC?
O INPC é a base da correção anual do salário mínimo do governo. Caso esse aumento se confirme e não haja mudanças no cálculo, o reajuste será maior que o estimado anteriormente.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo serve de referência para cerca de 50 milhões de pessoas no país, dessas, 24 milhões são beneficiárias do INSS.
Correção do salário mínimo
O piso nacional deve ser corrigido pela variação do INPC do ano anterior, de acordo com o determinado pela Constituição.
Neste ano, o salário no valor de R$1.100 não fez a reposição da inflação do ano passado. A correção aplicada pelo governo foi de 5,26%, mas a inflação medida pelo INPC somou 5,45% no ano passado.
Para que os brasileiros não perdessem o poder de compra, o valor do piso deveria ter sido reajustado em R$1.101,95 em 2021.
Aumento Real
Na proposta do orçamento do próximo ano, que foi enviada pelo governo ao Congresso, está prevista a correção do salário somente pela inflação, tomando como base a estimativa do INPC.
Caso seja cumprido, não haverá um aumento real, ou seja, o poder de compra dos brasileiros que recebem um salário mínimo continuará sendo o mesmo.
Entre 2011 e 2019, a política de reajuste era por meio da inflação e a variação do Produto Interno Bruto (PIB), mas o salário mínimo nem sempre subiu acima da inflação.
Nos anos de 2017 e 2018, o reajuste foi realizado com base na inflação porque o PIB dos anos anteriores, ou seja, 2015 e 2016 teve retração. Por isso, para cumprir a fórmula proposta, somente a inflação serviu de base para o aumento.