Por que famílias pobres sofrem mais com impactos da inflação?

A alta na inflação é um dos principais vilões para a renda familiar, sendo causada pela crise mundial gerada pela pandemia de Covid-19 e seus impactos na produção e venda. Porém, mesmo atingindo a todos, as altas são mais sentidas pelas famílias mais pobres.

De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação no mês de outubro aumentou em 1,25%. “Foi a maior variação para um mês de outubro desde 2002 (1,31%)”, destacou o IBGE.

Com esse último resultado, a inflação acumulou alta de 8,24% no ano e de 10,67% nos últimos 12 meses. Diante disso, esse é o maior índice em um ano já registrado desde janeiro de 2016 quando foi pontuado 10,71%.

Os principais vilões da inflação em outubro foram a gasolina, a passagem aérea, o tomate, a energia elétrica e o automóvel 0 Km, declarou o IBGE. A gasolina, por exemplo, subiu pelo sexto mês consecutivo, tendo uma alta de 3,10% no mês de outubro.

Esse foi o maior impacto individual na inflação do mês passado, correspondendo a 0,19% da alta do IPCA. A gasolina já acumula 38,29% de aumento durante o ano e 42,72% nos últimos 12 meses.

Esse item interfere diretamente nas despesas familiares comprometendo boa parte da renda mensal. Para piorar o gás de cozinha teve a 17ª alta consecutiva, acumulando um aumento de 37,86% em 12 meses. Veja abaixo o resultado de cada grupo no mês de outubro:

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A cesta básica no mês de outubro ficou, em média, por R$ 582,43, segundo a pesquisa divulgada Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Considerando o atual salário mínimo de R$ 1.100, a renda familiar fica comprometida em amis de 53%.

O preço da cesta teve uma variação de R$ 464,17 (Aracaju) a R$ 700,69 (Florianópolis). Diante disso, o comprometimento da renda familiar varia muito de região para região. Porém, as famílias mais pobres é que sentem o maior impacto.

Diante disso, o Dieese considerada que para arcar com as despesas de uma família composta por quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças, seria necessário ter uma renda de R$ 5.886,50. Esse valor corresponde às despesas com comida, transporte, saúde, educação, vestuário, lazer e aluguel.

Glaucia Alves
Formada em Letras-Inglês pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atuou na área acadêmica durante 8 anos. Em 2020 começou a trabalhar na equipe do FDR, produzindo conteúdo sobre finanças e carreira, onde já acumula anos de pesquisa e experiência.
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