Valor maior do combustível impacta nas passagens aéreas e transporte público

Pontos-chave
  • Altas seguidas dos combustíveis já impactam passagens aéreas;
  • Tarifa de ônibus também pode ser reajustada em São Paulo;
  • Retomada do turismo é prejudicada pelo preço das passagens. 

As altas seguidas nos preços dos combustíveis já prejudicam as finanças dos brasileiros. Porém, o preço nas alturas também começa a impactar as passagens aéreas que estarão 60% mais caras neste fim de ano. O reflexo dos aumentos também atinge o transporte público que já pensa em reajuste de tarifas.

Passagens aéreas 

Se você está planejando uma viagem neste fim de ano é melhor preparar o bolso. Isto, pois as passagens aéreas estão 60% mais caras. Pessoas que precisam viajar a trabalho também estão sendo afetadas.

Os especialistas explicam que a razão do aumento nos preços passa pela valorização do dólar, crescimento no preço dos combustíveis e a o retorno do turismo após a pandemia. Todos estes fatores deixam as passagens mais caras, ressalta o economista Edísio Freire.

Para tentar driblar este problema, os especialistas dizem que é necessário jogo de cintura. Eles dão dicas como acompanhar os preços das passagens para o destino desejado, quanto mais perto da data da viagem, mais chances de aparecerem descontos (caso o voo não tiver alcançado pelo menos 60% de ocupação); sempre considere os aeroportos alternativos e aproveite as milhas acumuladas para comprar o bilhete.

Retomada do turismo é prejudicada pelo preço das passagens 

O presidente da Abih Nacional (Associação da Indústria de Hotéis), afirmou que está ficando impossível fazer turismo interno no pais diante do valor atual das passagens. “Hoje estamos dependendo de três companhias aéreas. Isso preocupa”, disse. 

Orlando Souza, o presidente do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), disse que muitos turistas ainda estão dando preferência para as viagens de carro quando se deslocam para trajetos mais próximos. 

Black Friday: Como não cair em golpes e realmente economizar nas compras

Transporte público: tarifa pode aumentar

Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo, disse acreditar ser inevitável” o aumento no preço da passagem de ônibus na capital em 2022. Ou seja, até mesmo quem não possuí automóveis será prejudicado.

O prefeito explicou que a alta nos preços do diesel deve causar um aumento na tarifa do transporte no ano que vem, caso os preços não voltem ao que era praticado antes da pandemia.

“Se o preço do óleo diesel voltar ao patamar que estava no início do ano, a gente não vai ter aumento. Agora, a tendência é que o diesel feche o ano aumento 60%. É praticamente impossível você não ter isso refletido na tarifa”, disse o Nunes em entrevista à Rádio Eldorado.

Nunes teceu críticas ao presidente Bolsonaro, a quem atribuiu a razão pelo crescimento dos preços dos combustíveis afirmando que “o governo federal não conseguiu conter” os aumentos do valor do diesel.

“Era muito importante não ter aumento de tarifa, mas quando você tem o aumento do diesel que o governo federal não conseguiu conter… A gente ouviu muito discurso anteriormente, mas, na prática, isso não tá acontecendo, é natural que você acabe levando isso para o preço da tarifa. Ou aumentar o subsídio”, disse.

A tarifa do transporte público na cidade de São Paulo é de R$4,40 atualmente, valor congelado há dois anos.

Mesmo com a diminuição na quantidade de passageiros circulando pela cidade através do sistema de transporte em decorrência da pandemia, o prefeito afirmou que o subsídio pago pela prefeitura às empresas de ônibus da cidade deve ser de até R$ 3,3 bilhões.

De acordo com estudos da SPTrans acessados pelo Portal G1, revelaram que o valor do subsídio neste ano pode bater o recorde de R$4,2 bilhões por conta da pandemia.

“Ano passado, o subsídio foi de R$ 3,3 bilhões e neste ano não passará de R$ 3,3 bilhões. Não vai passar porque nós fomos fazendo adequações. Fomos fazendo uma séria de ajustes com o sistema. Por exemplo, nós lançamos agora o edital para fazer a concessão dos terminais. A gente vai ter uma economia de aproximadamente R$ 200 milhões”, disse Nunes.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
Sair da versão mobile