Entre janeiro e agosto deste ano, os carros seminovos tiveram uma valorização média de 16,41%. Esse índice foi bem acima de diversos investimentos tradicionais, e algumas ações da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A pesquisa foi feita pelo site especializado Mobiauto, via Jornal Hoje em Dia.
Ao considerar o mesmo período analisado, já descontando a inflação oficial, o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) apresentou aumento de 1,83%. O investimento Tesouro IPCA+ com vencimento em 2026 teve alta de 2,12%. O Tesouro Prefixado 2023, por sua vez, alcançou a rentabilidade de 4,15%.
Já ao considerar o mercado de ações, o índice Ibovespa teve valorização de 1,83% no período considerado. Para realizar o levantamento, o Mobiauto teve como base os valores de 555 automóveis modelo 2021 de 13 marcas que atuam no país.
Aumento nos preços dos carros seminovos
A elevação nos valores desses veículos acontece por conta da alta demanda de consumidores. Outro fator que contribui para o cenário atual são as dificuldades de produção de veículos novos. A indústria automobilística tem passado por problemas para encontrar insumos, como, por exemplo, semicondutores.
Ao Jornal Hoje em Dia, o gestor do Fundo de Investimento Imobiliário Vereda e proprietário do Portal Auto Shopping, Reinaldo Lacerda, afirma que o país, atualmente passa pelo ápice do processo de valorização.
Em 2022, com a normalização da produção, ele acredita que o mercado deve seguir para uma estabilização dos preços.
Vendas de carros seminovos
Diante das listas de espera por um carro zero quilômetro que levam até sete meses, o mercado de seminovos passa por um momento de muitas vendas.
O presidente da Associação dos Revendedores de Veículos Usados de Minas Gerais (Assovemg), alega que as vendas devem seguir em alta até o fim do primeiro semestre de 2022.
Lucratividade dos carros seminovos
Como forma de se manterem competitivos no mercado, os revendedores vêm precisando reduzir as margens de lucro — diante da maior procura por carros seminovos e a menor oferta de veículos no mercado.
De acordo com a Associação dos Revendedores de Veículos Usados de Minas Gerais (Assovemg), antes da pandemia de covid-19, a margem de lucro chegava a 15%. Atualmente, o valor não passe de 7% do preço total de revenda do veículo.