A conta de luz, o gás de cozinha e os alimentos estão ainda mais caros, porém os mais atingidos são os mais pobres. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a renda familiar dos mais humildes teve um aumento no comprometimento de 20% no mês de setembro.
O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda registrou um aumento de agosto para setembro em todas as faixas de renda. Porém, são as famílias mais pobres que sofrem mais impacto.
De acordo com a pesquisa do Ipea, as famílias com renda domiciliar inferior a R$ 1.808,79 mensais tiveram uma elevação nos preços da conta de luz, gás de cozinha e alimentos. A variação dos preços passou de 0,91% em agosto para 1,30% em setembro.
Em contrapartida, as famílias de renda mais alta, ou seja, que recebem mais de R$ 17.764,49 mensais, a inflação saiu de 0,78% em agosto para 1,09% em setembro. Nas famílias de renda média alta, com rendimento domiciliar entre R$ 8.956,26 e R$ 17.764,49, a inflação acelerou de 0,85% para 1,04% no mesmo período.
O Ipea utiliza o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para realizar o cálculo da inflação por faixa de renda.
De acordo com a última pesquisa, o mês de setembro encerrou com avanço de 1,16%, comparado a 0,87% em agosto. Os três segmentos de renda familiar mais baixa sentiram o maior impacto da inflação nos gastos com habitação, como conta de luz, gás de cozinha e alimentação.
De acordo com o Ipea, as tarifas de energia elétrica tiveram um reajuste de 6,5%, o botijão de gás 3,9% e os artigos de limpeza 1,1%. Esses foram os principais “vilões” da alta do grupo habitação cujo impacto foi de 0,65 pontos percentuais. Com isso, corresponde a metade da inflação apontada, em setembro.
O aumento dos alimentos, especialmente de frutas (5,4%), aves e ovos (4,0%) e leites e derivados (1,6%), completa, mesmo que em menor intensidade, o aumento da inflação nas faixas de renda mais baixa.
As três faixas de renda mais alta sentiram a elevação da inflação mais no transporte. A gasolina teve reajuste de 2,3%, as passagens aéreas de 28,2% e os transportes por aplicativo de 9,2%.