Prepare-se! Produtos ficarão mais caros durante temporada da Black Friday e Natal

Pontos-chave
  • Compras de Natal e Back Friday ficarão mais caras em 2021;
  • Falta de matéria-prima prejudica a indústria;
  • Lojistas já trabalham com estoques mais baixos para atender os clientes neste fim de ano.

O Natal, e a Black Friday, data em que o comércio oferece seus produtos por preços mais baixos se aproximam. Mesmo sem saber exatamente o que deseja adquirir, uma certeza é que os preços tendem a ficar mais altos neste ano devido a falta de insumos que vem afetando a produção da indústria no país.

A situação é mais alarmante no setor de automóveis, mas segundo os empresários dos setores de eletrodomésticos e construção civil, este cenário também os afeta.

Além da oferta mais escassa de bens duráveis, como os eletrodomésticos, telefones e automóveis, os insumos e componentes que são necessários para a fabricação destes produtos estão com preços mais altos, com reajustes que chegam a até 200%. Uma parcela deste valor precisa ser repassado ao consumidor final, dizem os empresários.

Cadeias de produção afetadas

Em meio a pandemia do coronavírus, a indústria começou a sofrer com a falta de componentes. Primeiramente, as medidas de isolamento social como forma de conter o avanço da doença causaram uma redução na produção de matérias-primas e no transporte das mercadorias.

Depois disso, a repentina volta das atividades mundiais fizeram os pedidos serem retomados ao mesmo tempo por empresas dos mais diferentes setores.

Com isso, foi necessário que toda a cadeia que abastece a indústria desse conta dos pedidos atrasados e também dos novos. 

Pedidos acumulados 

O grande acúmulo de encomendas atinge a logística de transportes. O número de contêineres, navios e aviões não aumentou para dar conta dos pedidos atrasados e novas encomendas simultâneas.

Isto faz com que a indústria não consiga produzir e entregar nos prazos a quantidade que os lojistas pedem para suprir as vendas de fim de ano.

“A falta de insumos nas cadeias de produção é um problema global que atinge vários setores também no Brasil. Quando tem o insumo, a indústria teve que pagar mais caro por ele”, disse Mario Sérgio Carraro Telles daCNI (Confederação Nacional da Indústria) ao UOL.

Teles afirma que a falta de insumos e componentes atinge todos os setores da indústria no Brasil, uns mais, outros menos.   

Mais vendidos no fim do ano mais caros 

A produção dos produtos queridinhos da Black Friday e do Natal como celulares, TVs e geladeiras também foi afetada pela falta de peças.

Jorge Nascimento, presidente da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), afirmou que os fabricantes darão conta dos pedidos do comércio, porém o aumento no preço será inevitável.

De acordo com dados da GFK, o reajuste nos preços já está acontecendo em vários segmentos do setor, levando em conta os 12 meses encerrados em setembro. Confira:

  • Laptops: +40%
  • TVs: +30%
  • Smartphones: +30%
  • Geladeiras: +13%

Nascimento disse que os fabricantes estão fazendo o máximo para segurar o repasse dos preços, mediante a negociação de contratos com fornecedores e transportadoras, uma maior automação nas fábricas e diminuição da margem de lucro.

“Não deve faltar produto, mas estamos fazendo muito esforço para que os reajustes não cheguem ao consumidor. Hoje, estimamos um reajuste médio de 7% a 10%”, disse.

Ele admite, porém, que eventos inesperados podem acontecer e causar um desabastecimento. “Internamente, o maior risco de desabastecimento no nosso setor seria uma greve de caminhoneiros”, disse.

Estoques restritos 

Por conta de todos os problemas, os lojistas já trabalham com estoques mais baixos para atender os clientes neste fim de ano, afirma o diretor de relações institucionais da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), Luis Augusto Ildefonso.

O executivo diz ainda que os lojistas tem o desafio de fazer uma black friday com promoções ainda mais interessantes que as oferecidas no ano passado, por conta do reajuste de preços.

“No ano passado, o lojista tinha mercadoria e bons preços, mas não tinha o cliente na loja. Hoje, é o contrário. O consumidor está presente, mas ou faltam produtos ou os produtos estão mais caros”, disse.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.