- Governo federal avalia estender auxílio emergencial até 2023;
- Iniciativa faz parte de estratégia política de Bolsonaro para reeleição;
- Oposição do atual presidente é confirmada e carrega maior marca social do país.
Chances de extensão do auxílio emergencial aumentam cada vez mais. Na última semana, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da economia, Paulo Guedes, se pronunciaram sobre o futuro social do país. Diante das dificuldades para a implementação de um novo projeto social, o governo avalia liberar o atual abono até 2023.
Há meses a população vulnerável vem sentindo medo com a possibilidade de encerramento do auxílio emergencial. O benefício vem contemplando mais de 30 milhões de famílias que foram afetadas pela covid-19.
Sua última parcela estava prevista para este mês de outubro, mas agora já se estuda a possibilidade de mantê-lo por mais de um ano.
Auxílio emergencial até 2023?
De acordo com fontes internas do governo, Bolsonaro e Guedes estão se reunindo para estudar a possibilidade de prolongar o auxílio emergencial até 2023. Ainda não se sabe se haverá reajuste no valor da mensalidade, mas já se entendeu a motivação do presidente.
Com as eleições de 2022, Bolsonaro tem se mostrado cada vez mais ansioso para a implementação de um projeto social com sua assinatura. Desse modo, tentou a consolidação de três propostas: Renda Brasil, Renda Cidadã e Auxílio Brasil, não sendo nenhuma delas bem sucedida por não caberem na folha orçamentária da União.
Diante de todas as reprovações, o atual chefe de estado vê no auxílio emergencial uma garantia de estreitar laços com o eleitorado de baixa renda e assim tentar uma reeleição.
Qual a ameaça de Bolsonaro para cumprir sua agenda social?
Além de não conseguir fechar a contabilidade de sua gestão, o presidente se mostrou preocupado com sua oposição em 2022. O ex–presidente Luiz Inácio Lula da Silva já está trabalhando sua agenda política e deverá ser o principal candidato contra Bolsonaro.
O cenário, no entanto, é preocupante para o atual chefe de estado uma vez em que Lula é conhecido mundialmente pela sua forte política voltada aos pobres. Enquanto presidente, foi responsável pela implementação dos maiores projetos sociais do Brasil, como o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, entre outros.
Lula é ainda referência na consolidação de políticas públicas como o Prouni e Fies que liberaram o acesso dos pobres as universidades públicas. O Sistema Único de Saúde (SUS) e o programa Mais Médicos também comprovam seu comprometimento em tirar o Brasil das margens da pobreza.
Desse modo, ciente do legado de seu opositor, Bolsonaro não irá descartar a possibilidade de extensão do auxílio, sendo sua única carta na manga para resolver o atual cenário social do país.
Auxílio Brasil ainda pode ser implementado
Mesmo sem a resolução de sua folha orçamentária, especula-se que o governo ainda esteja tentando encontrar brechas no orçamento para a implementação do projeto. Ele deveria conceder mensalidades de R$ 300 para mais de 17 milhões de famílias vulneráveis que teriam acesso aos seguintes abonos prometidos por Bolsonaro:
- Benefício Primeira Infância: destinado a famílias com crianças que tenham até 3 anos (pago por integrante nessa situação)
- Benefício Composição Familiar: destinado a famílias com gestantes ou pessoas entre 3 e 21 anos (pago por integrante nessa situação)
- Benefício de Superação da Extrema Pobreza: voltado a famílias que se encontram em situação de extrema pobreza (com valor mínimo por integrante)
- Auxílio Esporte Escolar
- Bolsa de Iniciação Científica Júnior
- Auxílio Criança Cidadã
- Auxílio Inclusão Produtiva Rural
- Auxílio Inclusão Produtiva Urbana
Quem terá direito de receber o Auxílio Brasil?
Se aprovado, o projeto será destinado para as:
- Famílias em condição de extrema pobreza (renda mensal de até R$ 89 por pessoa, segundo o padrão atual do governo)
- Famílias em condição de pobreza (renda mensal entre R$ 89 e R$ 178 por pessoa, segundo o padrão atual do governo) com gestantes ou pessoas com idade até 21 anos
Todas precisam estar obrigatoriamente inscritas no Cadastro Único para garantir a concessão das mensalidades. O procedimento de candidatura, no entanto, até o momento não foi divulgado.