Uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) identificou que, pela primeira vez desde o início da pandemia da Covid-19, mais de 50% da população brasileira com idade para trabalhar está devidamente empregadas. Os dados indicam que, embora a retomada do cenário econômico e do mercado de trabalho seja lento, que ela está acontecendo.
Ao analisar a taxa de desemprego no Brasil, esta também teve uma queda para 13,7% no segundo trimestre deste ano. Outros dados recentes que também foram divulgados são as projeções do Produto Interno Bruto (PIB) e da inflação.
De acordo com o Banco Central (BC), a projeção para 2021 está em 4,7%, já a estimativa para 2022 é que ocorra um crescimento de 2,1%.
Voltando ao cenário do mercado de trabalho, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua feita pelo IBGE, a taxa de ocupação teve um aumento de 1,7%, o que quer dizer que 50,2% da população brasileira apta ao trabalho está empregada.
Segundo a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, a última vez que este índice ficou acima da média de 50% foi no primeiro trimestre de 2020.
A analista também observou a inclusão de 3,1 milhões de trabalhadores na população empregada no atual trimestre, totalizando em sete milhões ao ano e 89 milhões até o mês de julho.
Mesmo diante de uma recuperação significativa considerando a crise sanitária, o nível apurado continua bem inferior ao índice pré-pandemia. Antes de março de 2020, o número de pessoas empregadas no Brasil era de 94 milhões, batendo o recorde da série histórica desde 2012.
De toda forma, os percentuais notificados hoje representam a recuperação gradativa do mercado de trabalho, dando esperança aos cidadãos brasileiros sobre a possibilidade de adquirir um posto de trabalho em um futuro próximo.
Com mais pessoas se ocupando, a tendência esperada foi representada no recuo da taxa de desemprego em 14,7% no apanhado até abril deste ano. Mas mesmo assim, 14,1 milhões de brasileiros seguem na condição de desemprego.
Ao analisar o total de pessoas desempregadas, aquelas com ocupação parcial e os outros que já desistiram de procurar um emprego, nota-se que ainda falta postos de trabalho o suficiente para deixar 31,7 milhões de pessoas empregadas.
O grupo denominado de mão de obra desperdiçada, só não superou o apanhado de pessoas subocupadas devido a este público não ter exercido horas de trabalho o suficiente. Ainda assim, foi possível atingir um recorde de 7,7 milhões de pessoas, perante um aumento de 7,2%.
Especialistas entendem estes dados como uma simbologia da melhora no cenários, possibilitando que cada vez mais pessoas sejam empregadas. Mas em contrapartida, as vagas que têm sido disponibilizadas no mercado de trabalho possuem uma qualidade inferior com poucas horas de trabalho, afetando, por consequência, a remuneração obtida.
Neste sentido, o IBGE apontou que em sua grande maioria, este grupo é composto por trabalhadores informais que não cumprem jornada de trabalho regular.