Os alimentos estão a cada dia mais caros para os brasileiros. Com isso, todos, mas principalmente os mais pobres, estão enfrentando dificuldades financeiras para continuar mantendo a alimentação das famílias. Os itens da cesta básica estão entre os que mais subiram devido a diversos fatores.
No último mês, produtos como arroz e óleo de soja e leite (itens da cesta básica) tiveram aumento de até 30% nos supermercados. Essa elevação no preço é resultado de diversos fatores, como pandemia, redução da mão de obra, entre outros.
Porém, o economista e coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da FGV (Fundação Getúlio Vargas), André Braz, afirma que a política de importação de alimentos da China tem sido determinante para essa alta.
Segundo Braz, a China está aproveitando a desvalorização do real para comprar os produtos alimentícios brasileiros deixando o mercado desabastecido. Com isso, faz com que o preço interno dos produtos seja forçado a ser aumentado. O país compra, principalmente, carne e produtos agrícolas.
Além disso, a mudança de hábitos no consumo das famílias brasileiras tem contribuído para o aumento da demanda interna. Segundo Braz, as pessoas passaram a fazer refeições em casa, devido ao trabalho em home office.
Outra explicação para o aumento dos itens da cesta básica é que os produtos sofrem com as questões sazonais. Há alimentos que tem que da na oferta, de acordo com a época do ano, como o leite.
Esse item tem menor produção nos períodos de seca, já que com as poucas chuvas as condições de pasto pioram e o gado, com pouco alimento, produz menos leite. O mesmo acontece com o feijão, arroz e a soja.
O economista também fala sobre o impacto do dólar para a cesta básica. Segundo ele, o câmbio afeta principalmente grandes commodities agrícolas. Sendo assim, tem relação direta com o aumento do trigo, soja e milho.
Sendo assim, afeta os derivados, como farinha de trigo, pão francês, biscoitos, macarrão, óleo de soja, farinha de milho, rações de porcos e frango. Dessa maneira, desencadeia o aumento de diversos produtos.
Esses alimentos são negociados no mercado internacional e com a desvalorização do real acaba deixando o preço da cesta básica mais cara. Com essa desvalorização, o Brasil vira alvo dos outros países que aproveitam para comprar os produtos.