Nesta terça, 28, Jair Bolsonaro disse em conversa com apoiadores, alertou que o Brasil passará em breve por um novo reajuste no preço do diesel. Mesmo que os brasileiros estejam insatisfeitos com os aumentos constantes, o presidente disse que “não consegue fazer milagre”.
“Pessoal está insatisfeito? Está. Inclusive estamos há três meses sem reajustar o diesel. Vai ter um reajuste daqui a pouco. Não vai demorar. Agora, não posso fazer milagre”, disse Bolsonaro. O último reajuste no preço do diesel aconteceu em 5 de julho.
O presidente afirmou aos apoiadores que o problema” no preço dos combustíveis “não é só aqui” no Brasil, mas “no mundo todo”.
Bolsonaro voltou a culpar os governadores por conta dos impostos estaduais que recaem sobre os combustíveis e destacou que recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que fosse fixada pelo Congresso Nacional, uma alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os combustíveis nos estados, em um prazo de 120 dias.
Mesmo que o presidente venha culpando constantemente o ICMS pelo alto preço dos combustíveis, especialistas consultados pelo UOL afirmam que o maior responsável é a política de preços da Petrobras.
No fim da conversa, Bolsonaro disse que quem não estiver satisfeito com o trabalho de seu governo é “só mudar na eleição do ano que vem”, se referindo as eleições presidenciais que acontecem em 2022.
Mais tarde, a Petrobras anunciou o valor de reajuste no diesel. De acordo com a empresa, o combustível chegará para as distribuidoras pelo menos 8,89% mais caro. Os consumidores finais, claro, devem sentir esse impacto.
ICMS
Os combustíveis passaram por uma série de reajustes em seus preços ao longo do ano. Em determinados estados, a gasolina já passa de R$7 o litro. Ao se tornar alvo das críticas, Bolsonaro vem tentando tirar o corpo fora jogando nas costas dos governadores o aumento no IMCS.
No início de setembro, Bolsonaro acionou o STF pedindo uma alteração na cobrança do ICMS sobre os combustíveis e solicitou que a Corte reconheça que os governadores não podem cobrar tributo de forma proporcional.
“A forte assimetria das alíquotas de ICMS enseja problemas que vão muito além da integridade do federalismo fiscal brasileiro, onerando sobretudo o consumidor final, que acaba penalizado com o alto custo gerado por alíquotas excessivas para combustíveis”, dizia o texto remetido ao Supremo.