O Ministério da Saúde recomendou, na semana passada, a suspensão da vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades. A decisão gerou muita polêmica e não apresentou dados científicos que comprovassem a justificativa. A pasta voltou atrás e agora a imunização pode ser retornada.
A vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos foi autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) com o imunizante Pfizer da BionTech. Com isso, o Ministério da Saúde permitiu que os estados começassem a vacinar essa faixa etária.
A orientação é que iniciasse pelos adolescentes com comorbidades, gestantes e puérperas. Após isso, poderia ser imunizado os demais jovens, seguindo a ordem decrescente, até chegar aos 12 anos.
Porém, na última semana o Ministério da Saúde orientou que apenas os adolescentes de 12 a 17 com comorbidades recebem a vacina contra a Covid-19. A decisão gerou muita discussão e alguns estados e capitais decidiram continuar com a imunização.
As capitais São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Aracaju (SE), Goiânia (GO), Manaus (AM), Rio Branco (AC), Vitória (ES), Porto Alegre (RS), Recife (PE) e Porto Velho (RO) mantiveram a vacinação de adolescentes.
Em defesa da decisão, a pasta afirmou que não há estudos suficientes comprovando os efeitos colaterais da vacinação contra a Covid-19 nessa faixa etária.
A decisão foi tomada após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tomar conhecimento da morte de uma jovem de 16 anos sete dias após receber a vacina em São Bernardo do Campo (SP).
Porém, a Anvisa afirmou que os estudos apresentados pela BionTech mostraram 100% de eficácia. O Ministério da Saúde afirmou que foi realizada uma análise do caso da morte da jovem e foi constatada que não há relação entre a vacina e o óbito da adolescente.
Diante disso, a pasta voltou atrás na última quarta-feira (22) e recomendou a vacinação de adolescentes sem comorbidades contra a Covid-19. O anúncio foi realizado em coletiva de imprensa em Brasília.
A Sociedade Brasileira de Pediatria recomendou que adolescentes continuem sendo vacinados. O ministério reforçou que os Estados e municípios utilizem apenas a vacina da Pfizer, única autorizada pela Anvisa para ser usada nessa faixa etária.