Na quinta-feira (16), o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica aos municípios mudando a recomendação para a vacinação de adolescentes com idade de 12 a 17 anos, sem comorbidades, contra o novo coronavírus. A pasta federal informou que incluiria esse público na campanha em julho.
A vacinação está restrita para apenas três grupos:
- adolescentes com deficiência permanente,
- adolescentes com comorbidades,
- e adolescentes que estejam privados de liberdade.
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que participa das decisões sobre os rumos do Plano Nacional de Imunizações, divulgou nota na quarta-feira afirmando que a “vacinação de todos os adolescentes é segura e será necessária”.
Assim, o Conass e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) solicitaram posicionamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a aplicação da vacina em adolescentes de 12 a 17 anos.
Esse pedido foi realizado com base na orientação do Ministério da Saúde e também num “possível evento adverso grave relacionado à vacina Pfizer em adolescente do estado de São Paulo”.
Essa decisão do Ministério da Saúde foi tomada dentro de um contexto de aumento dos relatos de falta de vacinas no país, sobretudo para a segunda dose.
Rio de Janeiro, São Paulo e mais capitais manterão vacinação de adolescentes contra COVID-19
Apesar da recomendação polêmica do governo federal, um levantamento da Agência CNN, mostrou que São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Aracaju (SE), Goiânia (GO), Manaus (AM), Rio Branco (AC), Vitória (ES), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Porto Velho (RO) irão manter a vacinação de adolescentes de 12 a 17 mesmo sem comorbidades.
Irão suspender a vacinação as capitais Salvador (BA), Curitiba (PR), Natal (RN), Belém (PA), Campo Grande (MS) e Maceió (AL). O governo do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou que a vacinação de 14 a 17 anos segue no estado, mas que fica suspensa a ampliação para os adolescentes de 13 anos.
Quatro capitais aguardam mais informações para decidir: Palmas (TO), Fortaleza (CE), Florianópolis (SC) e Boa Vista (RR).
Cinco capitais não começaram a vacinar adolescentes sem comorbidades ainda: Teresina (PI), Belo Horizonte (MG), Cuiabá (MT), Curitiba (PR) e João Pessoa (PB). As capitais Macapá (AP) e São Luís (MA) já vacinaram todo esse público.
Dose de reforço contra COVID-19
A dose de reforço continua sendo aplicada em idosos com 60 anos ou mais.
No Brasil há cerca de quatro estudos em andamento que possibilidade de reforço avaliam a possibilidade de uma dose de reforço para as vacinas contra Covid-19 usadas em território nacional. Esses estudos avaliam as seguintes possibilidades:
- Duas doses de Pfizer, seguidas de outra dose de Pfizer;
- Duas doses de AstraZeneca (AZD1222), seguidas de uma outra dose de uma nova versão da AstraZeneca (AZD2816);
- Duas doses de AstraZeneca (AZD1222), seguidas de uma outra dose da mesma versão da AstraZeneca (AZD1222);
- Duas doses de CoronaVac, seguidas de um dos quatro imunizantes a seguir: Pfizer, AstraZeneca, Janssen e CoronaVac.
Apesar disso, não há estudos que avaliem a aplicação de um reforço com CoronaVac em pessoas imunizadas com Pfizer e AstraZeneca, por exemplo, o que poderia ser o caso de diversos idosos que devem receber a dose adicional em setembro no estado de São Paulo.