Valor da cesta básica no Recife compromete metade do salário mínimo

A cesta básica é um dos itens que mais está sendo afetado pela inflação no Brasil. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou, na última quarta-feira (8), o valor da cesta em 17 capitais brasileiras no mês de agosto.

Valor da cesta básica no Recife compromete metade do salário mínimo
Valor da cesta básica no Recife compromete metade do salário mínimo (Imagem: Reprodução/RBJ)

O aumento da cesta básica é percebido por todos os brasileiros, mas são os mais pobres que sofrem mais, já que boa parte da renda fica comprometida. As principais causas para esse aumento é os impactos econômicos gerados pela pandemia da Covid-19 e a desvalorização do real.

A cesta básica é composta por 13 alimentos: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão, café, banana, açúcar, óleo e manteiga. Segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de junho, os alimentos que mais subiram de preço no acumulado de 12 meses, foram:

  • Óleo de soja – 83,79%;
  • Feijão fradinho – 48,19%;
  • Peito bovino – 47,74%;
  • Arroz – 46,21%;
  • Músculo – 46,06%;
  • Paleta bovina – 45,54%;
  • Costela bovina – 45,22%;
  • Lagarto redondo – 44,14%;
  • Lagarto comum – 40,6%;
  • Acém – 40,11%.

Diante desses reajustes, a cesta básica está cada mês mais cara para os consumidores. O Dieese divulgou Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos de agosto e mostrou que das 17 capitais pesquisadas 13 apresentaram aumento.

A cesta básica mais cara foi encontrada em Porto Alegre custando R$ 664,67 e a mais barata em Aracaju por R$ 456,40. Recife, capital pernambucana, também está entre as cidades analisadas e apresentou uma cesta de R$ 491,46.

Pensando em um salário mínimo de R$ 1.100 como hoje é pago, os moradores de Recife precisam comprometer 44,6% da renda. Com isso, sobra R$ 608,54 para as demais despesas, como conta de luz, conta de água, internet e, muitas vezes, aluguel.

Essa quantidade de comprometimento de renda está na média analisada pelo Dieese. De acordo com a empresa, as famílias com renda de um salário mínimo têm entre 44,86% a 65,32% dos ganhos mensais comprometidos com a compra dos alimentos.

Diante disso, o Dieese declara que o piso nacional ideal para sustentar uma família composta por dois adultos e duas crianças deveria ser maior que R$ 5.500. Porém, essa quantia é cinco vezes maior que o atual piso nacional.

Mesmo sendo atualizado todos os anos, o salário mínimo no Brasil se mostra insuficiente para arcar com as despesas básicas. Lembrando que o piso nacional deve garantir o poder de compra, de acordo com a legislação.

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Glaucia Alves
Formada em Letras-Inglês pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atuou na área acadêmica durante 8 anos. Em 2020 começou a trabalhar na equipe do FDR, produzindo conteúdo sobre finanças e carreira, onde já acumula anos de pesquisa e experiência.