Manifestações do 7 de setembro têm impacto direito na Bolsa e no dólar

Após o discurso de Jair Bolsonaro durante as manifestações de 7 de setembro, em que novamente o presidente atacou o STF (Supremo Tribunal Federal) e o sistema eleitoral, o mercado reagiu pessimamente. Segundo analistas, a esperança que os investidores tinham de que ele adotasse um tom mais ameno, ficou mais distante, dificultando a aprovação das reformas e contribuindo para o estouro do teto de gastos.

Manifestações do 7 de setembro têm impacto direito na Bolsa e no dólar
Manifestações do 7 de setembro têm impacto direito na Bolsa e no dólar (Imagem: Isac Nóbrega/PR)

O dólar subiu 2,93% no dia 8 de setembro, sendo negociado a R$5,3276. Este patamar foi o mais alto desde 24 de junho, ocasião em que a moeda americana avançou 3,35%.

Devido a desvalorização, o real foi a moeda que registou o pior desenho mundial nesta quarta, 8, inclusive entre os pares emergentes.

Já o principal índice da Bolsa Brasileira, o Ibovespa, fechou o dia de ontem com uma queda de 3,78%, aos 113.412 pontos, próximo da mínima do dia, que foi de 113.181 pontos.

Este foi o pior resultado para o índice deste o dia 8 de março, dia em que ele caiu 3,99% com a volta do presidente Lula a disputa política. 

Por outro lado, os juros futuros permanecem subindo, indicando mais dificuldades para a economia brasileira em breve.

Os investidores estão receosos que o discurso de Bolsonaro traga empecilhos para a aprovação de reformas e de uma solução para os precatórios, o que implica diretamente no Orçamento.

Arthur Lira fez questão de afirmar nesta quarta que a Constituição “jamais será rasgada” e não há mais “espaço para radicalismo e excessos”.

Futuro incerto

Maurício Pedrosa, gestor de fundos da Arena investimento, acredita que o discurso do presidente causa o afastamento do investidor estrangeiro. Em um cenário de liquidez alta em todo o mundo e com a necessidade do país por investimentos 

“Ontem (terça), nós demos um passo para trás em termo de segurança jurídica, que é o que o investidor de longo prazo precisa para trazer dinheiro para cá e nós temos uma necessidade enorme. O Brasil é importador de capital”, afirmou.

Ele diz ainda que a tendência é que a negatividade impere nos próximos pregões.

“Quando ele (Bolsonaro) disse que não vai obedecer a uma ordem Judiciário, isso não pode ser visto como uma coisa normal. Fica muito mais difícil os bombeiros resolverem o problema dos precatórios, que precisa ser encaixado no Orçamento do ano que vem” disse.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.