Crédito consignado: vilão ou aliado? Saiba como quitar mais rápido

O crédito consignado é sem sombra de dúvidas um dos maiores responsáveis pelo alto nível de endividamento dos assalariados no país.

Crédito consignado: vilão ou aliado? Saiba como quitar mais rápido
Crédito consignado: vilão ou aliado? Saiba como quitar mais rápido (Imagem: Shutterstock)

As baixas taxas, a garantia do desconto em folha de pagamento e a agilidade na sua concessão são atraentes tanto para quem concede o crédito como para quem o contrata, por isso, é necessária muita cautela antes de sua contratação.

A lei nº 14.131, de 30 de março de 2021, ampliou em 5% o limite para a contratação por servidores públicos ativos e inativos, militares, aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com base no valor do benefício.

O aumento vale até o fim de 2021. Atualmente, a taxa máxima é de 1,80% ao mês para o consignado e de 2,70% para cartão de crédito consignado.

De acordo com a medida, o percentual máximo de consignação é de 40%, dos quais 35% são destinados para crédito consignado e 5% para amortização de despesas ou saques por meio do cartão de crédito consignado.

A melhor estratégia para quitar o crédito consignado público mais rápido é através da portabilidade para outro banco.

Não há limite de vezes que um crédito pode ser objeto de portabilidade. Desta forma, você pode criar uma rotina de, a cada 90 dias, consultar os bancos que estão oferecendo as taxas mais baixas e tentar reduzir ao máximo a taxa do seu crédito. 

A portabilidade é regulamentada pela resolução nº 4292/2013 do Banco Central do Brasil e por se tratar de uma mera transferência do crédito entre instituições financeiras não há incidência de IOF (imposto sobre operações financeiras).  

A portabilidade do crédito consignado pode acontecer da seguinte forma:

Reduzindo a taxa, mantendo o mesmo valor de parcela do contrato anterior e reduzindo o prazo: esta é a melhor opção para quem quer quitar suas dívidas mais rapidamente pois o saldo total a ser pago ao final do contrato será reduzido. 

Reduzindo a taxa, alongando o prazo, reduzindo o valor da parcela: esta opção deve ser analisada com muita cautela e somente deve ser escolhida caso você esteja com seu orçamento muito apertado e precise reduzir o valor mensal pago para dívidas.

Fique atento, pois, ao alongar o prazo, o saldo total a ser pago ao final do contrato será aumentado

Portabilidade com troco: ao transferir seu crédito para outra instituição financeira com juros menores, pode ocorrer a liberação de margem para consignação para novos empréstimos e, nestes casos, a nova instituição poderá lhe oferecer o “troco”, ou seja, mais crédito.

Atenção! A opção de portabilidade com troco só deve ser considerada em raríssimos casos, como, por exemplo, em uma estratégia de troca de dívida mais cara por um mais barata. 

Para exemplificar, suponha que você possua uma dívida de cheque especial, de fatura de cartão de crédito atrasada ou de crédito pessoal. Tais créditos possuem taxas muito mais altas que as do consignado.

Nesse caso, seria possível que você utilizasse o “troco” para quitar integral ou parcialmente a dívida mais cara, visto que a taxa do “troco” seria bem mais barata. 

O grande perigo é pegar o troco sem uma estratégia clara de redução do endividamento total e acabar incorrendo justamente no contrário, que é aumentar ainda mais o valor total de suas dívidas.

Por isso, faça o mapeamento do seu endividamento total. Analise os contratos, as taxas, as garantias e as características específicas de cada dívida e estabeleça prioridades e estratégias antes de fechar qualquer negociação.

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