Prefeitura do Rio de Janeiro lança política pública em combate a violência contra mulher. Nessa terça-feira (31), a gestão municipal lançou o Move-Mulher. Trata-se de um cartão de passagem que tem como objetivo ajudar as vítimas a chegarem nos centros de apoio. A previsão é de que centenas de cariocas sejam contempladas.
Durante esse mês o país celebra a campanha Agosto Lilás, que tem como finalidade promover ações de conscientização da violência contra mulher.
Atentos a pauta, a prefeitura do Rio de Janeiro passará a pagar R$ 24,30 para as vítimas de violência domestica através do Move-Mulher. O programa funcionará em parceria com a Secretaria Especial da Políticas e Promoção da Mulher.
Detalhes do cartão de transporte
O benefício será destinado exclusivamente para as mulheres que vivem no Rio de Janeiro e fazem parte de famílias com renda de até meio salário mínimo. É preciso ter mais de 18 anos ou ser mãe adolescente.
“Muitas mulheres não conseguem romper o ciclo da violência justamente por não conseguir chegar ao Centro Especializado de Atendimento à Mulher, à casa da Mulher Tia Doca, em Madureira, e a Casa da Mulher Dinah Coutinho, em Realengo — principalmente as que vivem nos extremos das zonas Oeste e Norte”, explicou a secretária especial de Política e Promoção da Mulher, Joyce Trindade.
O prefeito da cidade, Eduardo Paes, explicou que o projeto acontecerá de forma integrada para garantir o maior alcance e efetivação em sua implementação.
“É importante essa integração de secretarias. A questão da mulher, inclusive a da vítima de violência, tem de ser tratada com a importância que ela tem. O valor do cartão pode parecer pouco, mas é muito importante dar possibilidade para que as vítimas de violência possam buscar ajuda. É inacreditável pensar que ainda há mulheres que não podem sair de casa para fazer uma denúncia, procurar ajuda, porque não têm recursos“, afirmou.
Acesso aos órgãos
A diretora Rosângela Pereira, coordenadora do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam), informou que o programa marca a primeira vez em que as vítimas poderão ter acesso a um instrumento que facilita a denúncia e acompanhamento nos centros de ajuda.
Com isso, espera-se que o número de casos possa ser identificado, para assim ofertar um maior suporte através do Ceams, das Delegacias de Mulheres e da Defensoria Pública.
“Sabemos que muitas dessas mulheres vítimas gastam de R$ 50 a R$ 80 por semana para buscar ajuda. Isso é um valor muito alto que faz com que muitas desistam desse acompanhamento no meio do caminho. Esse cartão vai possibilitar uma ajuda a essa mulher para que ela volte a ter qualidade de vida”, disse Rosângela.