Ministro da Educação admite que vetou gratuidade no ENEM para quem faltou na pandemia

Milton Ribeiro afirmou que vetou mesmo a isenção para os estudantes que “deram de ombro” e faltaram na prova do ENEM 2020. A edição do exame de 2021 teve o menor número de inscritos dos últimos anos.

Ministro da Educação admite que vetou gratuidade no ENEM para quem faltou na pandemia
Ministro da Educação admite que vetou gratuidade no ENEM para quem faltou na pandemia (Imagem: Marcello Casal Jr /Reprodução: Agência Brasil)

O número de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio é o menor desde 2005, de acordo com o Ministro da Educação, Milton Ribeiro, isso se deve ao fato dele ter negado a isenção da taxa para quem faltou em 2020.

Aqueles com gratuidade no ano passado que não compareceram ou não justificaram e tentaram novamente esse ano eu disse não. Quer dizer, a equipe que cuida do Enem disse não. Podia fazer a prova, mas teria que pagar a taxa de R$ 85. Em 2020, gastamos R$ 700 milhões com a prova e metade desse valor jogamos na lata do lixo”, argumentou o ministro.

Em 2020 cerca de 5 milhões de estudantes tiveram isenção, já em 2021 esse número caiu drasticamente para pouco mais que 1,7 milhão.

Pandemia x ENEM

A justificativa da redução do número de inscritos é exatamente essa, muitos estudantes não tiveram direito à isenção e não possuem condições de pagar o valor da inscrição.

Acontece que, em 2020, a prova foi aplicada em plena pandemia e muitos estudantes não se sentiam seguros para ir fazer o exame.

Vale lembrar que os maiores prejudicados em “dar de ombros” são os estudantes que acabam sem a nota do exame.

O ENEM 2020 foi aplicado em meio a um dos cenários mais preocupantes da pandemia.

Em dezembro, o Brasil registrou 1.386.005 infectados, já em janeiro, quando as provas aconteceram, 29.555 pessoas morreram de Covid-19 em todo o país.

Para esses estudantes que “escolheram” não participar do exame a isenção foi negada.

Outra questão muito importante é que, quando Ministro da Educação, Abraham Weintraub, fez uma consulta pública para escolher a melhor data para o exame, a maior parte dos estudantes escolheu maio. No entanto, a pasta decidiu aplicar o exame em janeiro.

Estamos colocando mais ordem. Não podemos apadrinhar as pessoas e simplesmente dizer: “vocês podem tudo, podem quebrar todas as regras”. Cada um responde por si. As oportunidades foram dadas.  Tenho que olhar para o global”, acrescentou Ribeiro.

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Jamille Novaes
Baiana, formada em Letras Vernáculas pela UESB, pós-graduada em Gestão da Educação pela Uninassau. Apaixonada por produção textual, já trabalhou como corretora de redação, professora de língua portuguesa e literatura. Atualmente se dedica ao FDR e a sua segunda graduação.