- O Novo Bolsa Família é a aposta do presidente Bolsonaro (sem partido) para a sua reeleição;
- O programa deve começar no mês de novembro, após o fim dos pagamentos do auxílio emergencial;
- Porém, o ministro da Cidadania acredita que apenas isso não será suficiente para ganhar as eleições de 2022;
O Novo Bolsa Família é a aposta do presidente Bolsonaro (sem partido) para a sua reeleição. O programa deve começar no mês de novembro, após o fim dos pagamentos do auxílio emergencial. Porém, o ministro da Cidadania, João Roma, acredita que apenas isso não será suficiente para ganhar as eleições de 2022.
O ministro da cidadania concedeu uma entrevista à revista Veja e afirmou que o Novo Bolsa Família é importante, mas não é suficiente para reeleger o presidente. Para ele também é necessário aquecer a economia.
“Área social e área econômica são duas faces da mesma moeda. Repare que não há reação de mercado, bolsa, dólar, quando o assunto é auxílio emergencial, porque esses valores retroalimentam a economia”, disse João Roma.
Na semana passada, Bolsonaro anunciou o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família. Segundo o chefe do executivo, este terá valor 50% superior. Atualmente, o valor médio do Bolsa Família é de R$ 192, sendo que a ideia é pagar R$ 300.
O ministro criticou a forma de anunciar o novo programa, afirmando que “A reformulação dos programas sociais… não começa pelo valor, apesar de no meio político e no meio governamental todo mundo só querer saber disso”, disse.
Além disso, deixou claro que será difícil conseguir recursos suficientes para bancar um “upgrade” do Bolsa Família. Em analogia, brincou dizendo que o governo quer transformar um fusca em um bugue.
Novo Bolsa Família ou Auxílio Brasil
O novo programa que deve iniciar em novembro tem dois objetivos: ampliar o número de beneficiários e o valor médio pago. Atualmente, o Bolsa Família contempla 14,6 milhões, sendo que a proposta é aumentar mais 4 milhões.
Para isso, a proposta é ampliar a faixa mínima de entrada (situação de extrema pobreza) de R$ 89,00 para R$ 100. Com isso, será possível contemplar mais famílias em situação de vulnerabilidade social. Veja abaixo os critérios exigidos atualmente:
- Renda per capita mensal de até R$ 89,00;
- Renda per capita de até R$ 178,00 (famílias que tenham em sua composição gestante, nutrizes, crianças e adolescentes até 17 anos);
- Estar inscrito no Cadastro Único do Governo Federal (CadÚnico);
- Estar com os dados no CadÚnico atualizados há, pelo menos, dois anos.
Para aumentar a média de pagamento de R$ 192 para R$ 300, ou até mais, o governo planeja criar novos benefícios. Hoje, o Bolsa possui cinco benefícios, sendo que cada família pode acumular até cinco, com exceção do Bolsa Jovem, limitado a dois.
O Governo Federal não apresentou nenhum dos novos benefícios que devem compro o Auxílio Brasil. Porém, desde o anúncio da ampliação do programa social já existente, algumas propostas foram discutidas:
- Auxílio-creche: R$ 52,00;
- Voucher creche: R$ 250;
- Ajuda financeira de R$ 52 para as famílias carentes com crianças de até cinco anos;
- Bônus anual para o melhor aluno: R$ 200,00;
- Bolsa mensal de R$ 100,00 para o estudante destaque na área científica, tecnológica ou esportiva;
- Prêmio anual de R$ 1 mil para alunos destaques em ciência e tecnologia ou em atividades esportivas;
- Prêmio anual de R$ 200 para os melhores estudantes.
Os benefícios para a creche serão pagos as famílias que tenham crianças de 0 a 3 anos de idade. Os que são voltados para a educação devem contar com R$ 6 bilhões do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação).
Sistema de trilhas
O ministro João Roma disse na entrevista que está sendo estudado um sistema de trilhas para incluir no Auxílio Brasil. Com isso, o valor do benefício pode chegar a R$ 1.000. Além disso, há a proposta de incluir um programa de microcrédito.
As trilhas funcionariam para a “compra da produção agrícola de famílias, conceder crédito consignado à população em situação de vulnerabilidade, criar mecanismos para garantir o benefício até os 21 anos para aqueles que frequentam a escola”, disse.
Assim, dependendo da combinação, as famílias poderão receber até R$ 1.000. A ideia é que esse valor possa ser usado para incentivar a independência do programa. Com isso, o governo pretende diminuir o número de famílias que precisam da ajuda financeira ao longo dos anos.