A Prefeitura de Florianópolis criou um auxílio exclusivo para mulheres vítimas de violência doméstica. O benefício também ampara jovens que completam 18 anos e precisam buscar um novo local de residência após saírem dos abrigos públicos.
O auxílio será de um salário mínimo vigente, ou seja, R$ 1.100, pago durante seis meses, podendo ser prorrogado por mais três meses. O valor deve ser, prioritariamente, utilizado para bancas as despesas de moradia desses dois públicos-alvo da medida.
Na oportunidade, a secretária de Assistência Social de Florianópolis, Maria Cláudia Goulart, destacou que o objetivo do auxílio é promover a independência financeira dessas mulheres em situação de violência.
“E também para os jovens que completam 18 anos e passam a sair dos nossos abrigos quando a medida de proteção termina”, declarou.
A Prefeitura de Florianópolis também deu início à campanha Agosto Lilás, Campanha Nacional de Conscientização à Violência Doméstica. As ações têm o objetivo de mostrar para essas mulheres vítimas de violência doméstica que há uma saída para a situação em que se encontram.
Por esta razão, o foco continua sendo no auxílio moradia, para que se sintam seguras de que terão um teto caso decidam terminar a relação.
A secretária Maria Cláudia ainda disse que os Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) possuem uma equipe especializada para atender mulheres vítimas de violência doméstica durante o ano todo.
Essas unidades estão aptas a proporcionar um espaço para essas mulheres, além de as colocarem em uma posição de análise para avaliar se este é o caso delas e, assim, dar a oportunidade e todo apoio para fazerem a denúncia.
Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha no mês de junho atendendo aos pedidos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), apontou que uma a cada quatro mulheres com mais de 16 anos de idade afirmam ter sofrido algum tipo de violência no decorrer de 2020 no Brasil, durante a pandemia da Covid-19.
O levantamento mostra que foram cerca de 17 milhões de mulheres, 24,4%, vítimas de violência física, psicológica ou sexual desde o ano de 2020.
Em comparação aos dados da pesquisa anterior, é possível identificar um aumento nítido no número de agressões dentro da própria casa. Os registros passaram de 42% para 48,8%. Em contrapartida, as agressões nas ruas caíram de 29% para 19%.
No intuito de combater este crime, em julho Bolsonaro sancionou um Projeto de Lei que cria o Programa de Cooperação “Sinal Vermelho Contra a Violência Doméstica”.
A partir de agora, perante a Lei, toda mulher vítima de violência poderá pedir socorro em locais públicos ao exibir um “x” em vermelho na palma da mão.