Bancos devem aumentar taxa de financiamentos e empréstimos em 2021

As projeções realizadas do mercado financeiro para a inflação neste ano, estão cada vez mais longe do teto da meta perseguida pelo BC (Banco Central) para 2021, que é de 5,25%. Por conta disso, os consumidores já conseguem perceber o impacto do aumento nas taxas de juros de financiamentos e empréstimos pessoais em algumas instituições financeiras.

Bancos devem aumentar taxa de financiamentos e empréstimos em 2021
Bancos devem aumentar taxa de financiamentos e empréstimos em 2021 (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Segundo dados obtidos pelo Procon, de seis bancos que foram pesquisados (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica, Itaú, Safra e Santander), somente o Bradesco realizou mudança nas taxas de empréstimo, indo de 7,22% em junho, para 7,42% em julho.

Porém, este aumento pode ser uma espécie de “aviso” que indica que em breve, as instituições financeiras irão começar a repassar a alta da Selic (Taxa Básica de Juros) para os consumidores.

Roberto Campo Neto, presidente do Banco Central, reconheceu na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que a Selic terá que ser elevada a um nível maior que o projetado para o cumprimento da meta de inflação de 2022, atualmente em 3,8%.

O relatório Focus que foi divulgado na última segunda, 26, revelou que a projeção para o IPCA 2021 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) teve um novo crescimento, indo de 6,21% para 6,56%. Desta forma, os economistas preveem que a Taxa Selic feche em 7% ano em 2021.

O economista chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Nicola Tingas, diz que o BC terá nos próximo meses, um grande desafio para a conduzir a taxa de juros.

“Uma vez que o país ainda se recupera economicamente e a renda líquida das famílias, principalmente, de baixa renda, diminui a cada dia, o BC terá que ser um grande maestro nessa jornada para conseguir fazer a normatização da melhor forma. Terá que avaliar em qual ritmo e aceleração a inflação estará no segundo semestre e qual será a dinâmica no próximo ano”, disse.

Ele avalia também que mesmo com o aumento nos juros, o crédito também é afetado de forma positiva pelo crescimento da economia. Isto acontece, pois com a geração de novos empregos e com a retomada econômica, os riscos de inadimplência caem.

“A alta contínua da Selic vai conduzir as taxas longas de juros, e esse aumento virá no custo nominal, mas não estamos falando de altas extremamente expressivas, como já ocorreu no passado”, explica.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.