Governo Bolsonaro anuncia linha de financiamento exclusiva para policiais e bombeiros. Nessa semana, fontes internas do governo revelaram que o chefe de estado e a equipe do ministério da economia vem trabalhando para criar um crédito imobiliário 100% fornecido pela Caixa Econômica Federal. Entenda os detalhes.
Mesmo com o Casa Verde e Amarela já em funcionamento, o presidente Jair Bolsonaro desejar criar um novo benefício imobiliário destinado exclusivamente aos servidores da segurança pública. A proposta vem sendo debatida em Brasília e já conta com o apoio da Caixa e do Ministério da Justiça.
Detalhes do financiamento
Segundo o apurado pelo Estadão, o governo deseja utilizar recursos já administrados pelos ministérios como uma espécie de garantia para a Caixa na hora de conceder o financiamento.
Isso implica dizer que os policiais e demais agentes terão novas taxas de juros e modalidades de créditos mais benéficas em comparação com o atual projeto habitacional.
No que diz respeito a Caixa, ficará como titular financeira do programa, podendo criar linhas de financiamento de 100% do valor do imóvel. No entanto, é válido ressaltar que segundo as exigências do Banco Central (BC), o limite das instituições financeiras é de até 90%.
Estratégia política
Cientistas políticos afirmam que a decisão de Bolsonaro objetiva estreitar laços com a categoria de servidores de segurança, visando uma candidatura à presidência em 2022.
Além do novo financiamento, o chefe de estado também beneficiou os militares ao aprovar a reforma da previdência, em 2019, tornando as regras e concessão dos benefícios do INSS mais fáceis para eles.
É válido ainda ressaltar que em sua agenda Bolsonaro vive comparecendo nas formaturas de novas turmas de policiais e militares. A leitura política acredita que tamanho contato com as forças armadas prevê uma forma de controle nas manifestações da oposição.
É válido ressaltar que no ato 19 de maio, realizado contra o presidente Jair Bolsonaro, em Recife (PE), houveram uma série de denúncias sobre repressões e violências policiais contra os manifestantes.
Entre as vítimas, estava a vereadora Liana Cirne, também declarada contra Bolsonaro e demais grupos opositores que foram atacados com balas de borracha e gás lacrimogênio. Questionado sobre a ordem da ação, o governador Paulo Câmara afirmou não aprovar as medidas, exonerando o chefe da PM.