Após reunião realizada entre o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas e o laboratório Sinovac Biotech, o instituto informou não possuir insumos para a produção de vacinas que seriam entregues no mês de maio. Portanto, a fabricação da Coronavac fica suspensa até que a situação se resolva.
O comunicado foi feito durante uma coletiva de imprensa referente à entrega do último lote com mais de um milhão de doses de vacinas da Coronavac. A falta de insumos prejudicará o cronograma previsto para os meses de maio e junho.
A produção será retomada somente após a liberação de 10 mil litros de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) por parte do governo chinês. Essa não é a primeira vez que ocorre uma suspensão da fabricação do imunizante no Brasil, pois o envase das vacinas fabricadas em território brasileiro ficou suspenso no final do mês de abril.
Contudo, os departamentos que cuidam dos rótulos e controle de qualidade continuaram exercendo as respectivas funções normalmente, com o objetivo de cumprir o cronograma firmado junto ao Ministério da Saúde. Porém, agora o instituto não possui material para nenhuma etapa de produção das vacinas.
Até que a situação se normalize, o Instituto Butantan irá se concentrar na produção de vacinas contra a gripe. Na oportunidade, a coordenadora do Controle de Doenças do Estado de São Paulo, Regiane de Paula, ressaltou que a falta de IFA e a paralisação da fabricação de imunizantes irão afetar todo o calendário de vacinação.
“Podemos diminuir o ritmo, mas nós não paramos. Esperamos que o Governo Federal se sensibilize. Estamos em situação muito difícil”, reforçou a coordenadora.
No intuito de agilizar os trâmites correspondentes à produção das vacinas, o Governo do Estado de São Paulo tem participado frequentemente de reuniões junto ao embaixador do Brasil na China. Na tentativa de efetivar a autorização necessária para exportar o IFA utilizado na produção das vacinas.
João Doria informou que se os 10 mil litros de insumos que já estão preparados no laboratório Sinovac na China fossem enviados, o Brasil seria capaz de produzir cerca de 18 milhões de doses de vacinas da Coronavac.
O governador de São Paulo atribuiu a responsabilidade do impasse referente ao IFA aos insultos feitos pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, contra a China.
A China é o polo responsável pela distribuição de matéria-prima utilizada na produção das vacinas produzidas tanto pelo Instituto Butantan, quanto pela Fiocruz. Vale ressaltar que a Coronavac equivale a 75% do imunizante aplicado perante o Programa Nacional de Imunização (PNI).
“Se não recebermos mais insumos para mais vacinas, nós infelizmente teremos que parar a produção. Então é muito importante que a diplomacia brasileira, o ministro das Relações Exteriores, os embaixadores possam atuar para que o governo chinês libere o embarque destes 10 mil litros de insumos da vacina do Butantan”, afirmou Doria.