O jornal O Estado de S. Paulo divulgou que o atual presidente criou um Orçamento paralelo que está sendo chamado de Bolsolão. O intuito foi conseguir apoio político entre os parlamentares do Centrão no Congresso Nacional.
Com o Bolsolão, o presidente distribuiu R$ 3 bilhões para emendas de parlamentares simpatizantes no Congresso Nacional. A apuração aponta que ofícios foram enviados aos ministérios, principalmente, ao Ministério do Desenvolvimento Regional.
Os deputados e senadores definiam a que deveria receber o reforço financeiro. Foram descobertos 101 ofícios enviados pelos parlamentares ao Ministério do Desenvolvimento Regional.
O Bolsolão não faz parte do Orçamento Geral da União e, portanto, não era controlado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Dessa maneira, a divisão ocorria, segundo a entrevista do jornal O Estado de S. Paulo, de acordo com a preferência do presidente ou necessidade de apoio político no Congresso.
O Bolsolão abre espaço para a troca de verba por favores entre a ala política. Nessa situação, permite que os simpatizantes do atual presidente garanta apoio nas votações de pautas de interesse do governo.
Foram descobertos recursos direcionados a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf). Nesse caso, o intuito era que a estatal liberasse recursos para a conclusão de obras e para a aquisição de máquinas como tratores, caminhões-pipa e escavadeiras.
Diante disso, foi identificada a compra de máquinas com valores superfaturados, com 259% acima do preço real. Entre os nomes que foram descobertos no recebimento de verba extra, estão:
- Davi Alcolumbre (DEM-AP): ex-presidente do Senado;
- Deputado Vicentinho Junior (PL-TO);
- Deputado Ottaci Nascimento (SD-RR);
- Deputado Bosco Saraiva (SD-AM);
- Deputado Lucio Mosquini (MDB-RO);
- Ex-deputada Flávia Arruda (PL-TO): atual ministra-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República.
Com exceção de Alcolumbre, todos os outros assumiram terem feito as indicações aos ministérios. O ex-presidente do Senado afirmou que não existe nenhum documento oficial que trate de recursos fora do orçamento e que os ofícios se tratam de planilhas não oficiais.
Essa é a segunda crise enfrentada neste ano pelo presidente Bolsonaro. Atualmente, o atual governo está sendo investigado na CPI da Covid. Essa tem como objetivo analisar as ações e omissões na pandemia de Covid-19.