Anvisa será processada! Por que vacina da Sputnik V foi negada?

Anvisa deverá responder judicialmente sobre recusa da Sputnik V no Brasil. Na última semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária negou a utilização da vacina russa nos brasileiros. Diante disso, seus criadores afirmaram que irão recorrer à justiça, alegando difamação quanto a eficácia do remédio.

Anvisa será processada! Por que vacina da Sputnik V foi negada? (Imagem: Juan Mabromata/AFF)
Anvisa será processada! Por que vacina da Sputnik V foi negada? (Imagem: Juan Mabromata/AFF)

A campanha de vacinação contra o novo coronavírus tem sido pauta principal ao redor do mundo. No Brasil, com atrasos na fabricação da Coronavac, a Anvisa passou a avaliar outros tipos de medicamento para que as filas de imunização não ficassem congeladas. No entanto, a adoção da vacina russa Sputnik V foi recusada.

Motivações para a decisão da Anvisa

De acordo com o órgão, o medicamento não foi aprovado tendo em vista a ausência de provas necessárias para validar sua eficácia. Presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, informou que faltaram dados técnicos para verificar se o imunizante é de fato seguro.

“Jamais permitiremos, sem que existam as devidas provas necessárias, que milhões de brasileiros sejam expostos a produtos sem a devida comprovação de sua qualidade, segurança e eficácia ou, no mínimo, em face da grave situação que atravessamos, uma relação favorável risco-beneficio”.

De acordo com a revista científica “The Lancet”, a Sputnik V teria uma eficácia de 91,6%, porém os técnicos nacionais explicaram que tais números não foram comprovados em seus relatórios.

“Uma avaliação sanitária é diferente da que é feita por uma revista científica. Uma revista científica não tem por objetivo recomendar ou não o uso de uma vacina, nem tem o compromisso de verificar boas práticas clínicas ou tem como pressuposto o acesso a todos os dados brutos e laudos”, explicou Gustavo Mendes, técnico da Anvisa.

Cenário político é questionado

Após tomarem ciência da recusa, os russos afirmaram que a Anvisa estaria agindo por interesse político. A declaração foi feita nas redes sociais oficiais da vacina, alegando que o Brasil ficará em atraso por se concentrar em disputas de poder.

“Os atrasos da Anvisa na aprovação do Sputnik V são, infelizmente, de natureza política e não têm nada a ver com acesso à informação ou ciência. O Departamento de Saúde dos Estados Unidos, em seu relatório anual de 2020 há vários meses declarou publicamente que o adido de saúde dos Estados Unidos ‘persuadiu o Brasil a rejeitar a vacina russa COVID-19’”, informou o texto.

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Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.