O Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), ligado ao Ministério da Economia, enviou ao presidente Bolsonaro um ofício afirmando que os cortes no orçamento 2021 para o instituto vão impossibilitar o aperfeiçoamento da fiscalização das bombas de combustíveis.
Esta melhoria na fiscalização foi uma ordem do próprio presidente, que afirmava que o preço do combustível ficava mais alto justamente por conta das fraudes.
“Com o novo cenário restritivo, acrescentado das demandas encaminhadas pela Presidência da República no que se refere ao endurecimento/aperfeiçoamento à fiscalização das Bombas Medidoras de Combustível – BMC, o nosso orçamento atual não comporta as despesas necessárias para implantação dos projetos imprescindíveis para o cumprimento efetivo da determinação presidencial. Bem como manutenção das despesas de custeio para atividades realizadas in loco”, informava o ofício, assinado pelo presidente do Inmetro, Marcos Heleno.
O envio do documento aconteceu no último dia 16, antes da sanção do Orçamento 2021 na última semana. Os vetos do presidente não atingiram o Inmetro. O Ministério da Economia já recebeu a demanda do órgão, mas a resposta ainda não foi dada.
O Inmetro solicita mais R$178,3 milhões e afirma que a falta deste recurso prejudica fortemente as contas do instituto e traz risco a judicialização dos contratos e convênios.
No documento, o presidente do instituto afirma que o orçamento do Inmetro ficou em R$290 milhões. Porém, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Economia, o valor é de R$370,1 milhões.
Ao ser questionado, o órgão afirmou que o valor de R$ 290 milhões é referente a uma versão preliminar do Projeto de Lei Orçamentária (PLOA).
O instituto afirma que pediu um complemento de R$180 milhões e que a solicitação foi aceita de forma parcial pelo Ministério da Economia, resultado em um aporte de R$ 80 milhões.
“O Inmetro entende o momento difícil que o país atravessa em termos de orçamento e ajuste fiscal, mas reforçou junto ao ME a solicitação de recompor o orçamento para apoiar o funcionamento do mercado e setor produtivo dentro de sua visão estratégica para o período de 2021-2023”, diz a nota do orgão.