Margem do consignado do INSS sobe e reclamações também crescem; entenda!

A Medida Provisória (MP) 1.006, de 2020, publicada através da Lei 14.131, de 2021 em 31 de março de 2021, elevou a margem do crédito consignado do INSS de 35% para 40%. A medida ficará vigente até o dia 31 de dezembro de 2021. 

Margem do consignado do INSS sobre e reclamações têm alto crescimento
Margem do consignado do INSS sobre e reclamações têm alto crescimento. (Imagem: Marcos Rocha/ FDR)

Dos 40% do crédito consignado do INSS, 35% serão direcionados à contratação de empréstimo. Enquanto isso, os 5% restantes equivalem ao uso do cartão de crédito dos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Porém, existe a possibilidade de a margem do consignado do INSS aumentar para 45% devido a um Projeto de Lei (PL) que se encontra em trâmite na Câmara dos Deputados. Trata-se do PL nº 1.973, de 2020, de autoria do deputado Alexandre Lei (DEM-SP), que dispõe sobre a ampliação de 35% para 35% do crédito consignado do INSS. 

A previsão é para que o projeto seja apreciado nos próximos dias pelas comissões de Seguridade Social e Familiar, dos Direitos da Pessoa Idosa; de Finanças e Tributação; de Constituição e Justiça e de Cidadania. Na oportunidade, o texto ainda acrescenta um artigo perante a Lei nº 13.979, de 2020, que regulamenta o enfrentamento à pandemia da Covid-19 no Brasil.

“O crédito consignado, por vezes, na única fonte financeira capaz de custear as despesas e garantir a sobrevivência”, declarou o deputado Alexandre Leite.

No entanto, a margem do consignado do INSS tem sido constantemente tema de intensos debates entre milhares de consumidores. O crédito consignado ofertado pelo instituto é responsável por contemplar mais de 30,7 milhões de pessoas. 

Este montante reclama de empréstimos não autorizados, cobrança de produtos e serviços não comprados/contratados, descontos indevidos na folha de pagamento, entre outras alegações.

De acordo com um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), baseado nos dados do portal consumidor.gov e do Banco Central (BC), houve uma espécie de “explosão” nas reclamações provenientes de serviços financeiros. Apenas a caráter de crédito consignado, foi registrada uma alta de 126% nas reclamações durante o período de 12 meses. 

O economista do Idec, Ione Amorim, relatou que os consumidores dizem não ter feito nenhum contrato, sugerindo também que terceiros tiveram acesso ao respectivo benefício.

Isso porque, a ampliação do crédito consignado gerou uma disputa entre os correspondentes bancários visando bater metas e ganhar comissões, medidas que dependem de reservas de crédito na titularidade dos aposentados e pensionistas, o que pode ser configurado como fraude e quebra de sigilo. 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), o aumento da margem consignável junto à liberação de novos limites que não foram pedidos pelos segurados, são fatores que resultam no risco de superendividamento para os aposentados e pensionistas do INSS.

Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.
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