Imóveis do Casa Verde e Amarela podem ficar 15% mais caros em Minas Gerais

O setor econômico tem passado por dificuldades agudas, especialmente em decorrência dos impactos da Covid-19. Com isso, uma série de produtos tiveram os preços elevados, como no caso dos materiais de construção. Considerando que cada fator afeta o outro, os imóveis do Casa Verde e Amarela podem ficar 15% mais caros em Minas Gerais devido a essas mudanças.

Imóveis do Casa Verde e Amarela podem ficar 15% mais caros em Minas Gerais
Imóveis do Casa Verde e Amarela podem ficar 15% mais caros em Minas Gerais. (Imagem: Reprodução/Google)

De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Geraldo Linhares, os produtos econômicos são agregados à primeira etapa deste segmento, podendo sofrer com um aumento de, aproximadamente, 15% nos preços. 

“Uma propriedade que custava R$ 130 mil vai ser reajustada para cerca de R$ 150 mil”, explicou. 

A assessora econômica do Sinduscom-MG, Ieda Vasconcelos, ainda ressaltou que o setor de construção civil começou o ano de 2021 com uma expectativa de crescimento na margem de 4%. No entanto, as circunstâncias do cenário atual podem resultar em uma revisão capaz de reduzir esta estimativa. 

“Imaginávamos que essas altas seriam normalizadas no mês de janeiro, mas já estamos em março e a situação perdura. Naturalmente, pode impactar o desempenho do setor e a economia como um todo, tendo em vista a importância da construção”, declarou a assessora.

Na oportunidade, ela ainda lembrou que o setor de construção civil também tem sido responsável por impulsionar os postos de trabalho no país. Na capital mineira, por exemplo, apenas no mês de janeiro deste ano, cerca de 1.372 novas vagas de trabalho com carteira assinada foram geradas. O número representa mais que o dobro do setor de serviços, que foi de 527

“Essa alta é ruim não só para a construção civil, mas principalmente no aspecto social, que vai desde a aquisição da casa própria, do emprego. Então, é uma cadeia que você começa a quebrar”, alegou Ieda Vasconcelos. 

Por fim, a assessora ressaltou que a alta da taxa Selic que agora está em 2,75% também consiste em um fator que tem impactado o setor. Contudo, o Sinduscon não descarta a possibilidade de esta incidência desacreditar o brasileiro sobre a capacidade de aquisição da residência própria.

Casa Verde e Amarela

O programa Casa Verde e Amarela foi criado pelo Governo Federal através do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), com o objetivo de facilitar o acesso a uma moradia digna com qualidade de vida.

A intenção do Governo Federal é direcionar o programa Casa Verde e Amarela, sobretudo, para as regiões Norte e Nordeste. Esta parte da população brasileira contará com a redução nas taxas de juros em até 0,5% no caso de famílias com renda mensal máxima de R$ 2 mil

Enquanto isso, aqueles grupos familiares com renda entre R$ 2 mil a R$ 2,6 mil, contarão com a redução nas taxas de até 0,25%. Sendo assim, os juros aplicados nas localidades mencionadas podem atingir a marca de 4,25% ao ano para os cotistas do FGTS e, 4,5% nas demais regiões. 

Vale mencionar que além de promover o financiamento habitacional, o programa atuará perante a regularização fundiária e melhoria de residência. Sendo assim, será possível enfrentar problemas de inadequações, como a falta de banheiro, que ainda é bastante comum em alguns lugares.

Desta forma, o objetivo é regularizar e viabilizar cerca de dois milhões de moradias, além de promover melhorias em outras 400 mil até 2024.

Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.