Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda, 8, que não usará o que definiu como “meu Exército” para aplicar lockdowns ou qualquer outra medida restritiva no Brasil. Os fechamentos foram autorizados pelos governadores para conter o crescimento da pandemia do coronavírus.
“Vou só dar um recado aqui: alguns querem que eu decrete lockdown. Não vou decretar. E pode ter certeza de uma coisa: o meu Exército não vai para a rua para obrigar o povo a ficar em casa. O meu Exército, que é o Exército de vocês. Então, fiquem tranquilos no tocante a isso daí”, afirmou o presidente, ao falar com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.
Tudo foi registrado por um casal de apoiadores do presidente e divulgado na internet.
O presidente continua atacando e se colocado contra as medidas de restrição aplicadas pelos governadores. Por conta disso, eles vem aumentando a pressão sobre Bolsonaro no combate a covid-19.
“Parece que está voltando a onda, o lockdown. Se coloque no lugar do chefe de família que não tem o que levar para casa”, afirmou Bolsonaro aos apoiadores.
Através de suas redes sociais, o presidente publicou na manhã de ontem (8), um vídeo em que um homem discute com policiais militares que o abordaram para que obedecesse o decreto de restrição de circulação em um município que não é identificado na gravação.
A pressão dos governadores em cima do presidente é grande e eles pretendem anunciar em conjunto, medidas mais restritivas para conter a pandemia em todo o Brasil.
Desde o começo da pandemia do coronavírus, Bolsonaro se mostra contrário a adoção de medidas de proteção contra a doença, em especial a política de isolamento social.
O presidente chegou a distribuir remédios ineficazes contra a doença, incentivou aglomerações, atuou contra a compra de vacinas, espalhou fake news a respeito da Covid-19 e fez campanhas de desobediência a medidas de proteção, como o uso de máscaras.
No último domingo, uma matéria da Folha revelou que o governo do Brasil rejeitou no ano passado uma proposta da farmacêutica Pfizer que previa 70 milhões de doses de vacinas até dezembro de 2021. Deste total, 3 milhões estavam previstos até o mês passado, o equivalente a cerca de 20% das doses já distribuídas no país até agora.