Governo acredita em crescimento das vagas de emprego, mas especialistas discordam

No início de fevereiro, o Ministério da Economia divulgou uma nota informativa sobre a retomada do mercado de trabalho no Brasil. Segundo os dados informados, o país fechou 2020 com a criação de 142 mil vagas de emprego com carteira assinada. Apesar disso, especialistas apontam divergências.

Governo acredita em crescimento das vagas de emprego, mas especialistas discordam
Governo acredita em crescimento das vagas de emprego, mas especialistas discordam (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Devido à pandemia de covid-19, o Brasil teve grande impacto negativo econômico. Como resultado, diversas pessoas perderam os respectivos empregos.

Apesar do alto número de queda de vagas de emprego em abril, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) indicam que o país ainda fechou o ano com 142.690 empregos formais.

Para garantir os empregos com carteira assinada, o governo cita que adotou algumas medidas, como a inclusão do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm).

Esta ação possibilitou a redução de jornada de trabalho, ou suspensão temporária do contrato de trabalhadores com carteira assinada.

De acordo com dados do Ministério da Economia, o programa preservou mais de 11 milhões de empregos formais. Houve mais de 20 milhões de contratos de trabalhos negociados. Além disso, a pesquisa indica que a medida auxiliou mais de 1,5 milhão de empresas a sobreviver durante a crise.

Caso os trabalhadores tivessem o salário reduzido ou o contrato suspenso, poderiam receber um benefício emergencial do governo. Mesmo com o encerramento dos contratos, a medida previa estabilidade aos profissionais. No entanto, o emprego terminou em dezembro 2020.

Considerações de especialistas sobre o cenário das vagas de emprego

Diante do fim do programa do governo, os trabalhadores podem ter problemas para garantir os postos de trabalho.

O professor emérito do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), João Saboia, afirmou ao Uol que, dependendo do setor, as empresas podem não manter os funcionários após a estabilidade.

Se não houver recuperação econômica, ele aponta que o programa pode falhar, pois os beneficiados poderiam ser demitidos aos poucos.

Com relação ao relatório do governo, a professora do Insper, Juliana Inhasz indicou que a informação sobre a recuperação em “V” dos empregos formais pode não refletir a realidade.

Segundo ele, pode ser que o número de empregos com carteira assinada indique o crescimento de alguns setores, mas sem indicar as eventuais demissões que podem acontecer após o fim do programa.

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Silvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.