Brasileiros acionam ministro da economia para lidarem com a crise. Diante da falta de previsão para a liberação das parcelas do auxílio emergencial, a população passou a enviar e-mails para Paulo Guedes solicitando que ele passe a pagar as novas parcelas. Nas mensagens, muitos mencionam fome, inadimplência e insegurança, exigindo do governo alguma medida.
Há meses sem receber o auxílio emergencial, a população segue na tentativa de ter acesso ao benefício para minimizar os impactos do novo coronavírus.
Telma Maria dos Santos, cozinheira desempregada, enviou um email solicitando a Guedes um pedido de ajuda. Esse caso foi reportado pelo jornal O Globo.
Além de Telma, há outras centenas de brasileiros que passaram a pressionar o ministro pela aprovação da extensão do projeto. Sem emprego e sem conseguir entrar em benefícios como o Bolsa Família, há parte significativa da população que aguarda o auxílio como uma forma de garantir o direito a alimentação.
— Eu sempre trabalhei, sempre paguei meus impostos, na carteira era descontado. Agora neste momento em que a gente tá mais precisando, parado em casa, sem poder arrumar trabalho, as coisas só piorando, que a gente precisa de uma ajuda do governo, cadê? Não tem — diz Telma.
População clama por ajuda
Já Valdeni Martins, ex detetive particular que reside no interior da Bahia, contou que chegou a tentar o contato com o governo por meio de mensagem, precisando se deslocar 150 quilômetros até Salvador.
Ela explicou que vem ajudando pessoas que necessitam do auxílio emergencial, mas está tendo muita dificuldade para ter contato com a gestão federal.
Na mensagem enviada para a Dataprev, a detetive transmitiu o recado de Telma, reforçando que a baiana estava desempregada e passando fome. O e-mail foi enviado em 23 de julho de 2020 e até hoje não teve resposta.
— Vivo de caridade, vou na casa da minha irmã, ela me dá um quilo de arroz, de feijão, e aí vou vivendo. Tomo remédio antialérgico que custa R$ 56 e não posso ficar sem.
Pronunciamento do governo federal
Questionado pelo portal Globo, o ministério da economia alegou que:
“É importante reforçar que a segurança da operação foi premissa desde o início da operacionalização do pagamento do benefício. Para tanto, o Ministério da Cidadania firmou acordos de cooperação técnica com diversos órgãos dos três Poderes, incluindo as áreas de investigação e controle, para troca de informações, conhecimentos e bases de dados.”