Nesta segunda-feira (22), as ações da Petrobras caíram mais de 20%. Este resultado aconteceu após Jair Bolsonaro indicar uma nova pessoa para comandar a estatal. A notícia tem preocupado quem utiliza parte do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para comprar cotas FGTS-Petrobras.
Desde 2000, os cotistas do FGTS podem aplicar parte do recurso em um investimento de ações da Petrobras. A aplicação pode ser parcial ou total. As ações da estatal tem sido uma das mais negociadas da bolsa brasileira. Ao longo dos anos, os fundos tiveram rendimentos consideráveis.
No entanto, os fundos FGTS-Petrobras apresentaram queda de rentabilidade nos últimos anos. Ao considerar os últimos 12 meses, os fundos que investem em ações da estatal tiveram retorno médio negativo de 7%. Já o FGTS teve valorização e 3,12%.
A preocupação mais recente dos investidores foi devido à indicação de um novo presidente para a Petrobras. Na última sexta-feira (19), Bolsonaro indicou o general Joaquim Silva e Luna no lugar de Roberto Castello Branco.
Recentemente, o presidente do Brasil tem demonstrado insatisfação por conta do aumento constante no preço dos combustíveis.
Diante desta notícia, a estatal perdeu R$ 102 bilhões em valor de mercado em um período de dois dias. Como resultado, diversas casas de análise têm reduzido a recomendação para os papeis da estatal.
Fatores para considerar uma possível mudança da aplicação no FGTS-Petrobras
Por conta queda das ações na Bolsa, diversos cotistas do FGTS têm reavaliado a aplicação do recurso no investimento de ações da Petrobras.
Segundo especialistas em finanças ouvidos pelo O Globo, as pessoas nessa situação devem pensar quando o recurso será necessário antes de decidir vender as cotas.
O motivo seria porque quem investiu uma parcela do FGTS não poderá ter o dinheiro agora. Caso opte por vendas as cotas durante a baixa das ações da Petrobras, os valores voltam para a conta do Fundo na Caixa.
O acesso aconteceria somente em condições previstas em lei, como aposentadoria e demissão sem justa causa. De acordo com o planejador financeiro, Valter Police, não é recomendado sair quando há uma grande força de queda.
No entanto, não se deve ficar em renda variável quando há intenção usar os valores no curto prazo. Como a queda já aconteceu, o estrategista da RB Investimentos, Gustavo Cruz, afirma que o ideal seria acompanhar como será a condução da companhia.
Com relação ao rendimento do FGTS, há expectativa de que não seja interessante por conta da tendência de aumento da inflação. Sendo assim, ainda há perspectiva que a Petrobras tenha mais retorno do que o FGTS no longo prazo.