Microempresas sofrem com fim do auxílio emergencial e gigantes ganham mais espaço

O fim do auxílio emergencial, concedido pelo governo federal durante os primeiros meses da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, afetou diretamente as microempresas, que dependiam do benefício para se manter. Desta forma, quem sai na frente são as megaempresas.

Microempresas sofrem com fim do auxílio emergencial e gigantes ganham mais espaço
Microempresas sofrem com fim do auxílio emergencial e gigantes ganham mais espaço (Imagem: FDR)

De acordo com a Uol, o varejo é o setor que deve ser mais atingido pela falta do auxílio, podendo perder quase 12% do faturamento, cerca de R$ 190 milhões em vendas. Para este grupo, a prorrogação do auxílio emergencial é, de fato, urgente.

“Eu não descarto que 2021 seja pior que 2020, mesmo com algum auxílio emergencial, que já vai ser menor. Vamos lembrar que entramos em 2020 com vendas em ascensão. Já em 2021, entramos no ano com uma situação de empresas já combalidas”, diz Altamiro Carvalho, assessor econômico da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).

Ainda segundo a Uol, os R$ 200 bilhões investidos no auxílio do ano passado foram destinados aos pequenos mercados, feiras, salões de beleza, manutenções e outros tipos de serviços. Sem esse dinheiro, os empreendedores podem quebrar.

“Existe uma lacuna de crédito para as micros, pequenas e médias empresas que não foi coberta pelas linhas de financiamento abertas pelo governo, como o Pronampe. Empresas maiores têm maior acesso ao crédito, um capital que funciona como colchão na crise”, explica Lauro Gonzalez, coordenador do Centro de estudos em micro finanças e inclusão financeira da FGV.

“O auxílio não se restringe ao bolso de quem o recebe, mas ele faz circular o dinheiro na economia. Embora não tenhamos o mesmo nível de fechamento das atividades de 2020, o fato é que a pandemia continua afetando a economia. E já temos indícios dessa piora, como vimos nos dados do varejo de dezembro. Com o agravante de que estamos em uma segunda onda da Covid-19 e que a vacinação está parando em muitas cidades por falta de doses”, continua Gonzalez.

Para este ano, fala-se sobre a prorrogação do auxílio para o mês de março. Porém, na última semana de fevereiro, o benefício ainda não foi aprovado.

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