Os planos de saúde começaram a cobrar os reajustes retroativos e as mensalidades do serviço passou a pesar ainda mais no bolso dos usuários. O reajuste tinha sido suspenso em 2020 em decorrência da pandemia do coronavírus. Considerando somente os dados oficiais, o aumento chega a quase 50%.
Os dados oficiais foram levantados hoje, 3, pelo Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor. Porém na prática este aumento pode ser ainda pior já que existem dados do Procon-SP que apontam aumentos chegando a 113%.
Percentuais de reajuste em média por tipo de plano
De acordo com o levantamento do Idec, os planos individuais em que somente o reajuste de 2020 foi suspenso, tiveram um aumento na mensalidade foi de 12,21% entre os meses de dezembro e janeiro.
Já no caso dos planos que sofreram, além do reajuste anual, também aquele referente à mudança de faixa etária, apresentaram um aumento na mensalidade aumentar 34,99%.
Os planos coletivos que não possuem reajustes regulados pela ANS, passaram por um reajuste ainda mais pesado, disse o Idec. A variação foi de 26,67% para quem teve somente o reajuste anual, e de até 49,71% quando se acumulou com o de alteração de faixa etária.
Por fim, os planos coletivos de adesão, tiveram aumento de 26,67% para quem teve apenas o reajuste anual, e de 49,81% quando se acumulou a mudança de faixa etária.
Queixas contra planos de saúde crescem 10.000%
Oa dados do Procon divulgados também hoje, mostraram que, apenas no primeiro mês de 2021, foram, contabilizadas junto ao órgão, 962 reclamações relativas ao reajuste retroativo, assim como à ausência de explicação a respeito do cálculo dos reajustes.
Comparando com janeiro de 2020, em que órgão recebeu somente nove reclamações referentes aos planos de saúde, podemos constatar um crescimento de 10.000% na quantidade de denúncias.
“Mais de 30 milhões de consumidores estão recebendo boletos com reajustes sem qualquer informação, e sem transparência, justamente numa época em que se enfrenta uma das maiores crises sanitárias e econômicas de todos os tempos”, explicou o Procon-SP, que afirmou que recorreu à ANS para tentar acabar com o reajuste.
O Procon divulgou que existem casos de reajustes de 91%, 104% e até 113% entre as quase mil reclamações recebidas no último mês.