Fim do auxílio emergencial e alta na inflação refletem nas vendas dos supermercados

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o desempenho ruim do setor de supermercados impediu que o varejo crescesse na virada do mês de outubro para novembro. O setor teve uma perda de 2,2% prejudicado pela inflação de alimentos e pela redução do valor pago pelo auxílio emergencial que impactou negativamente o poder de compra das famílias.

Fim do auxílio emergencial e alta na inflação refletem nas vendas dos supermercados
Fim do auxílio emergencial e alta na inflação refletem nas vendas dos supermercados (Imagem Google)

“Aumentou a parcela da população que recebeu metade do que recebia. Isso é um fator que reduz a capacidade de você realizar algum tipo de consumo. Nesse contexto, pode acontecer de a atividade de hiper e supermercados sentir mais a diminuição (do auxílio emergencial)”, disse o IBGE.

A receita nominal do segmento de supermercados e hipermercados teve queda de 0,8% no mês de novembro em comparação com outubro, significando que as vendas caíram antes mesmo dos ajuste da inflação no período, mostram os dados da PMC (Pesquisa Mensal de Comércio.

“O cenário de hiper e supermercados é muito importante para a PMC, representa algo entre 43% e 45% de peso de toda a atividade (varejista). Então a queda de hiper e super explica bastante a queda do indicador de forma geral. Teve queda na receita, mas a queda no volume foi maior. A diferença da receita para o volume é a inflação”, explica o Instituto.

De acordo com o instituto, os segmentos do varejo que registaram aumento no mês de novembro foram impulsionados primordialmente pela Black Friday, mas também pela expansão do crédito e dos juros que permaneceram com patamares baixos.

Os juros permaneceram assim nos seguintes segmentos: Livros, jornais, revistas e papelaria (5,6%), Tecidos, vestuário e calçados (3,6%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,0%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (2,6%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,4%).

Sofreram queda também os setores de Combustíveis e lubrificantes (-0,4%) e Móveis e eletrodomésticos (0,1%), porém o instituto acredita que aconteceu uma antecipadas das compras deste ultimo setor em meio a pandemia.

Comparando com novembro de 2019, o varejo registrou crescimento de 3,4% no mesmo mês do ano passado, graças a Black Friday.

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Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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