Pela primeira vez neste ano, a taxa de desemprego do Brasil registrou um leve queda ficando em 14,3% no trimestre que terminou em outubro. Mesmo com essa pequena melhora, o desemprego ainda assombra 14,1 milhões de brasileiros, segundo dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal), divulgada pelo IBGE.
Na pesquisa que considerou o trimestre encerrado em setembro, a taxa de desocupação estava em 14,6%. Quando comparamos com este mesmo período de 2019, observamos uma alta de 2,7 pontos percentuais.
Os analistas procurados pela agência Reuters se surpreenderam com o resultado do trimestre encerrado em outubro. Eles projetavam que o índice ficaria em 14,7% no período.
No trimestre encerrado em outubro, o IBGE contabilizou um aumento na população ocupada, para uma média de 84 milhões de pessoas, representando um crescimento de 2,8% quando comparado ao trimestre anterior.
Com este resultado, o nível de ocupação no Brasil atingiu 48% em outubro, um aumento de 0,9 ponto porcentual ante os três meses anteriores, porém com uma queda de 6,9 pontos percentuais ante o mesmo período de 2019.
“Esse cenário pode estar relacionado a uma recomposição, ao retorno das pessoas que estavam em afastamento. Nesse trimestre percebemos uma redução da população fora da força de trabalho e isso pode ter refletido no aumento de pessoas sendo absorvidas pelo mercado de trabalho e também no crescimento da procura por trabalho” disse Adriana Beringuy, analista da pesquisa do IBGE.
Dados revelados pela Pnad Contínua de outubro
- A população desocupada ficou em 14,1 milhões de pessoas
- O índice de população ocupada atingiu 84,3 milhões de brasileiros, uma alta de 2,8% em comparação com trimestre anterior
- O nível de ocupação cresceu para 48%
- A população subutilizada ficou em 32,5 milhões de pessoas, um aumento de 20% ante o mesmo trimestre de 2019
- A população na força de trabalho chegou a 98,4 milhões de pessoas
- A população fora da força de trabalho somou 77,2 milhões de pessoas, alta de 19% na comparação com o mesmo trimestre de 2019
- O contingente de desalentados foi de 5,8 milhões.
“Ao longo do ano, acompanhamos a expansão da população fora da força de trabalho, de pessoas se retirando do mercado de trabalho, e nesse momento percebemos o retorno de parcela desses trabalhadores”, disse Adriana.