Os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), têm o prazo de até o dia 31 de dezembro para solicitar o empréstimo consignado com margem maior.
Nesta data, termina a condição para que o segurado ocupe até 40% da sua renda com essa modalidade de crédito com desconto em folha, destes 35% com empréstimo em dinheiro e 5% com cartão.
Após isso, as regras voltam a ser as mesmas de antes, no qual é permitido comprometer somente 35% da sua remuneração.
Essa margem teve a ampliação do governo federal com a intenção de estimular a economia e ajudar as pessoas que possam ter sido impactadas pela crise do novo coronavírus.
Mesmo com uma boa medida para o beneficiário, a ação também escondeu os riscos, de acordo com os especialistas.
Entre janeiro a julho deste ano foram realizadas cerca de 11.158.760 operações de crédito consignado, totalizando R$62,79 bilhões em todo o país.
Segundo o Procon, o crédito consignado é um assunto frequente entre as reclamações.
As principais delas são com relação ao empréstimo automático, sem que o consumidor solicite que seja feito o empréstimo.
Já na modalidade de empréstimo por meio de cartão, os segurados denunciam os juros abusivos e o chamado “rotativo” que é o refinanciamento do empréstimo, sem que isso necessite de uma autorização prévia.
Nestes casos, o Procon orienta que os beneficiários façam a contratação de um empréstimo e avalie as possibilidades.
O diretor-presidente do órgão, Rogério Athayde disse que “ As instituições financeiras oferecem um produto e entregam outro. Não há informação clara sobre o que o consumidor está contratando e os mais lesados são idosos e aposentados que, muitas vezes, sem perceber, aceitam empréstimos desnecessários que vão reduzir o valor do benefício por meses”, alertou.
De acordo com o economista Otniel Barcelos de Aquino, outra coisa que deve ser observada é a renda do beneficiário, que muitas vezes é o seu único meio de sustento.
“A banalização do crédito para as pessoas de baixa renda pode ser vista como positiva. Mas de fato é preocupante, porque aumentou o limite, sem aumentar a renda do beneficiário e isso não é nada vantajoso”, apontou.