A alta dos alimentos está evidente para todos os brasileiros e não há dúvidas que isso é reflexo da crise econômica instaurada no país devido à pandemia de Covid-19. O presidente da república, Jair Bolsonaro (sem partido), tirou o corpo fora e declarou que a culpa é do distanciamento social e não das medidas adotadas pelo governo.
Na última segunda-feira (23), o presidente Bolsonaro declarou sobre a alta dos alimentos, “Pessoal tem reclamado do preço dos alimentos. Tem subido sim além do normal. A gente lamenta, mas também é consequência do fique em casa”.
O problema é que não ficou claro em que momento os “fique em casa” fez com que houvesse a alta de preços dos alimentos, já que a produção e os canais de vendas, como feiras e mercados continuaram funcionando durante o isolamento social.
Diante desse contexto, o presidente nega que as decisões tomadas pelo seu governo para o enfrentamento da pandemia tenha causado o aumento no preço dos alimentos.
É importante lembrar que diante de uma crise o chefe do executivo adotou políticas de abastecimento irresponsáveis e puramente mercantilistas.
Além disso, a desvalorização do real contribuiu para o aumento dos produtos importados que fazem parte da mesa dos brasileiros.
Com isso, a exportação de soja, arroz, milho e carnes precisaram ser maiores para compensar a desvalorização.
Em contrapartida, o auxílio emergencial, que beneficiou 60 milhões de brasileiros, fez com que a demanda por comida aumentasse no mercado interno. Como resultado, o preço do óleo de soja, por exemplo, acumulou entre janeiro e outubro uma alta de quase 80%.
O arroz, tão falado nos últimos tempos, subiu 60% fazendo com que o prato principal dos brasileiros – arroz e feijão – desaparecesse da mesa do cidadão. Esses grãos fazem parte do ciclo de produção mais longo e que possui a capacidade de ser armazenada para evitar as oscilações nos preços.
Para isso, o governo precisa realizar políticas de abastecimento, porém, o governo fez o contrário, vendeu toda a reserva e, com isso, fez com que os próprios produtos tivessem que comprar mais caro do que está vendendo.
Essa ação não só aconteceu no atual governo, pois desde 2013 os estoques de soja estão zerados e desde 2017 não há reserva de feijão. Enquanto os estoques de arroz, milho, trigo e café foram eliminados nos últimos dez anos.