Orçamento 2021 mostra pretensão do governo em contratar 50 MIL novos funcionários

Uma proposta de orçamento federal prevê a contratação de mais de 50 mil servidores pelos poderes executivo, legislativo e judiciário no próximo ano. O documento, enviado em agosto deste ano ao Congresso Nacional, ainda precisa passar por aprovação. Especificamente para o poder executivo, a proposta fala na contratação de 48,1 servidores em 2021.

Orçamento 2021 mostra pretenção do governo em contratar 50 MIL novos funcionários
Orçamento 2021 mostra pretensão do governo em contratar 50 MIL novos funcionários (Imagem: Reprodução / Google)

As contratações seriam divididas em três seguimentos, sendo 33,8 mil para o banco de professores do Ministério da Educação, 1,1 mil militares (egressos das academias militares) e 1 mil policiais e bombeiros pelo governo do Distrito Federal.

Os outros 12,2 mil cargos seriam preenchidos com funcionários públicos ou cargos de comissão de livre provimento.

Isso só é possível acontecer devido a um parecer da Advocacia Geral da União (AGU) que proíbe a contratação de servidores, o aumento de salários do funcionalismo até o fim de 2021 e autoriza o preenchimento desse tipo de cargo, que é tido como “cargo vago”.

Segundo um cálculo realizado pela Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados e pela Consultoria de Orçamentos, Fiscalização e Controle do Senado Federal, as autorizações para provimento, admissão ou contratação desses funcionários geraria um impacto financeiro programado de R$ 2,4 bilhões distribuídos entre os três poderes.

“Desse montante, R$ 2,1 bilhões dos recursos [previstos para 2021] estão reservados para aplicação pelo Poder Executivo (…) A partir de 2022, o impacto anualizado da citada despesa será de R$ 4,5 bilhões”, estimaram as consultorias.

Altos valores tencionam futuro do Orçamento

Em relação ao assunto, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse que há um “risco muito grande” para o governo se o Orçamento do próximo ano for aprovado antes da PEC emergencial.

“É impossível abrir o próximo ano ou aprovar um Orçamento para o próximo ano antes de aprovar a PEC emergencial, a PEC da regulamentação do teto. É impossível. Do meu ponto de vista, é impossível você ter o Orçamento aprovado para 2021 este ano se a emenda constitucional não estiver aprovada. Do meu ponto de vista, é um risco muito grande para o governo”, disse Maia.