Inflação do aluguel cresce nos últimos meses e atinge 20,56%; veja os detalhes

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), utilizado para reajustes de contratos de aluguéis no Brasil, registrou inflação de 2,92% na segunda prévia de outubro. Segundo uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o índice acumulado dos últimos 12 meses subiu para 20,56% ante 18,20% do mês anterior.

Inflação do aluguel cresce nos últimos meses e atinge 20,56%
Inflação do aluguel cresce nos últimos meses e atinge 20,56% (Imagem: Reprodução/Google)

A taxa de inflação de 2,92% na segunda prévia de outubro é menor que os 4,57% da segunda prévia do mês anterior e a queda se deve aos preços no atacado, medidos pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), cuja taxa de inflação baixou de 6,36% na prévia de setembro para 3,75% em outubro.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu de 0,38% para 0,71%. Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) também elevou de 0,98% para 1,50%.

Segundo o Coordenador dos Índices de Preços, André Braz, a desaceleração nas taxas de algumas commoditites, principalmente minério de ferro (de 17,01% para -0,34%), acaba contribuindo para a queda do índice de preços ao produtor.

Entre os componentes do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), observa-se com atenção o grupo Matérias Primas Brutas, que diminuiu seus ganhos para 4,77% na segunda prévia de outubro, ante 11,31% na prévia de setembro, devido à forte influências de produtos como café, milho e o próprio minério de ferro.

Alta anunciada nos aluguéis

Os contratos de locação que terminam agora em outubro poderão sofrer um reajuste muito alto devido à alta do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). Quem possui um aluguel de R$ 2.000, por exemplo, passará à pagar para R$ 2.360, caso o proprietário repasse o reajuste.

Tal reajuste pode afetar algumas famílias que estão passando por situações econômicas difíceis devido aos impactos causados pela pandemia da covid-19.

O professor de finanças da Fundação Dom Cabral, Eduardo Menicucci, orienta que os inquilinos sejam sinceros com os proprietários dos imóveis e informem que não há condições de arcarem com o aumento do preço do aluguel.

 “Tem que chegar e falar que não consegue assumir o aumento. Se teve redução do salário por causa da pandemia do coronavírus, por exemplo, mostre o contracheque. Pode-se combinar que, assim que o salário melhorar ou a empresa voltar a faturar como antes, o reajuste pode ser aplicado. Se tiver sido demitido, conte ao proprietário do imóvel que isso aconteceu”