De acordo com uma pesquisa feita pelo Semesp, o sindicato de mantenedoras dos estabelecimentos de ensino superior, o número de alunos de graduação com mensalidades em atraso aumentou no primeiro semestre deste ano no Brasil. A taxa de inadimplência no ensino superior brasileiro privado ficou em 11% no período, valor 29,9% maior que no mesmo período de 2019.
Por mais que a inadimplência se demonstre maior em cursos de educação a distância (EaD), as mensalidades em atraso nos cursos presenciais registraram uma alta maior durante esse período, cerca de 33,1%.
Conforme os dados da 4ª edição da Pesquisa sobre o Cenário Econômico Atual das Instituições de Ensino Privadas, a inadimplência com os estabelecimentos de grande porte, maior que 7 mil alunos e 32,6% da pesquisa, ficou em 11,8%, enquanto as instituições de pequeno ou médio porte – com 7 mil alunos, 67,4% da pesquisa – registraram 10,6% no mesmo período.
O levantamento, sem caráter científico, foi feito baseado em uma amostra de 53 instituições de ensino superior do Brasil.
Impactos da pandemia do Covid-19 na inadimplência
Segundo o Semesp, a inadimplência foi ocasionada pelos impactos causados pela pandemia do Covid-19 no cenário político-econômico brasileiro, como o aumento do número de desempregados, diminuição da renda dos trabalhadores, dificuldades de acesso ao crédito estudantil, além das incertezas sobre o retorno das aulas presenciais.
“Os impactos econômicos e sociais provocados pela pandemia de covid-19 ainda estão sendo sentidos pelas diversas instituições de ensino superior privadas no Brasil.”
No estado de São Paulo, a taxa de inadimplência no ensino superior privado registrou no primeiro semestre deste ano um total de 10,1%, valor 47,7% maior que no mesmo período de 2019. Por mais que a taxa de inadimplência seja menor que no Brasil (11,0%), as mensalidades que se encontram em atraso no estado apresentam uma variação maior nesse período (no Brasil, o aumento foi de 29,9%).
Na região metropolitana de São Paulo, a inadimplência subiu 43,3%, puxada pelo atraso do pagamento de cursos presenciais. No interior do estado, a variação alcançou 51,1%, com taxa de 9,9%.