Trabalho: Montadoras podem voltar a demitir em decorrência da baixa demanda

Os empregos da indústria automobilística não apresentam algum sinal de salvação mesmo com a melhora nas previsões do ano que foram publicadas no início da pandemia. Os fabricantes de veículos têm atualmente 7 mil funcionários fora das fábricas, com contratos suspensos (lay-off), e grande parte delas acredita na existência de demanda que exija o retorno desses funcionários. 

Trabalho: Montadoras podem voltar a demitir em decorrência da baixa demanda
Trabalho: Montadoras podem voltar a demitir em decorrência da baixa demanda (Foto: Google)

De acordo com os dados das empresas e dos sindicatos de trabalhadores, os programas de demissão voluntária (PDV) que foram abertos nas últimas semanas possuem o intuito de atrair mais ou menos esse número de adesões.

Entretanto, isso não significa que as empresas irão conseguir e a opção será demitir ou adotar novos meios para ocorrer a flexibilização.  

A produção de veículos diminuiu 44,8% até o mês de agosto, semelhante ao mesmo período do ano passado. A mão de obra teve uma queda em 4 mil postos, para 103,3 mil trabalhadores, quase 5% a menos do total que conseguiu ser empregado em um ano, sem levar em consideração as empresas de tratores. 

A demissão nas montadoras demonstra a queda de quadro também nas fábricas de componentes. Fontes do setor apontam que 15 mil cortes já foram realizados nas autopeças.

Neste segmento que possui uma presença maior de empresas menores, não existem programas de voluntariado como aqueles feitos por montadoras, com ofertas atrativas. 

A Volkswagen, por exemplo, oferece de 25 a 35 salários extras, de acordo com tempo que possui de casa, para o funcionário que aderir ao PDV negociado com sindicatos das quatro fábricas do Brasil.

Nesse acordo também há medidas que vão desde o congelamento de reajuste salarial a suspensão de contratos pelo período de até dez meses. 

No início da negociação, a Volkswagen divulgou que tem 35% de mão de obra excedente, ou 4,7 mil trabalhadores.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, apesar desse número não ser atendido, não existe a possibilidade de ter cortes aleatórios, já que a empresa pode adotar medidas de flexibilização. 

Em relação aos contratos que foram suspensos, além de ter um período maior (normalmente é de cinco meses), os trabalhadores irão receber 82,5% dos salários líquidos.