Estatísticas indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado de São Paulo cresceu 0,6% em agosto, comparado ao mês de julho, e ultrapassou resultados pré-covid. Comparado à agosto de 2019, o PIB+30 avançou 1,3% e, em 12 meses, cresceu 0,1%.
Representando cerca de 97% do PIB estadual calculado pela Seade, a variação do PIB+30 apresentou desaceleração comparado às altas de 3,1% do mês de julho, 3,8% em junho e 3,3% em maio.
A fundação Seade também apurou que o PIB mensal cresceu 3,1% entre junho e julho, com destaque nos setores da indústria (6,3%), agropecuária (4,7%) e serviços (2,1%). Comparado a julho de 2019, a atividade econômica cresceu 2,1% e, em um ano, aumentou 0,2%.
A fundação destaca a “manutenção do vigor dos serviços” que subiu 2,7% comparado a julho de 2019 e 1,7% em 12 meses. Também aponta a “relativa recuperação da indústria” que alavancou 0,5% comparado a julho de 2019 e uma diminuição de 2,7% em 12 meses.
O cálculo com base na média móvel dos meses de maio, junho e julho indicou crescimento do PIB de 3,4%, com destaque na indústria (6,9%), serviços (1,9%) e agropecuária (0,2%).
Cenário positivo
A Seade observa uma recessão na economia paulista este ano mais branda do que antes estimada. Tal diferença pode ser explicada pelo avanço do setor de serviços, fortemente baseados em tecnologia da informação (TI), servindo de apoio para a sustentação das operações em diversas áreas.
O relativo controle da contaminação do vírus e o gradual retorno das ativadas contribuíram para a melhora no ambiente econômico em SP, segundo a Seade. Agora, suas projeções para 2020 apontam uma variação entre -2,2% e -1,5%, com uma média de -2%, ante -2,7% da média projetada em agosto.
Cenário negativo
A fundação destaca que os fatores que podem alterar negativamente esse cenário de crescimento do PIB são, a incerteza em relação à evolução do coronavírus, a redução do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300 por mês até dezembro e o impacto da alta dos preços dos alimentos, como arroz, óleo e carnes.
O mercado de trabalho no Estado também preocupa a fundação, pois houve alta no desemprego e queda das ocupações. A Seade cita ainda a tensão vinda da alta do dólar, e da impossibilidade de oferta de componentes essenciais para a produção de eletrônicos, como celulares e televisores.