PONTOS CHAVES
- Brasil vive melhor período para financiamento imobiliário
- Taxa de juros é a menor da história e inflação também está em baixa
- Contratos devem ser assinados a longo prazo
Mercado imobiliário vive melhor momento em décadas. Apesar do cenário econômico ser de crise em todo o território nacional, a pandemia do novo coronavírus concretizou o sonho da casa própria para muitos brasileiros. Com a redução histórica da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 2% ao ano, o financiamento imobiliário se tornou uma opção assertiva e de muitas vantagens.
Mediante os efeitos da crise econômica do novo coronavírus, o mercado de imóveis passou a ser mais desejado. Isso aconteceu porque, atualmente o país está com a menor taxa de juros de sua história.
Dessa forma, os interessados em fazer financiamento imobiliário deverão pagar menos a curto e longo prazo.
Entretanto, apesar de parecer ser uma situação positiva, que de fato é, analistas recomendam um pouco de cuidado e atenção antes de assinar contrato com alguma instituição financeira. Entre os pontos que devem ser observados atentamente, estão os prazos de validade, atualização das taxas e mais.
Juros não deverá ser novamente reduzido
Para quem está esperando por outras correções de juros, é preciso ficar ciente de que, até o fim deste ano, ela não deverá sofrer alterações de impacto.
Mesmo com a nova queda de 0,25 ponto percentual na Selic, as taxações aplicadas para o financiamento não deverão ser novamente corrigidas em grande escala, apontam os estudos da plataforma CrediHome.
“Os players de crédito imobiliário já estão operando com taxas mínimas [a partir de 6,5% ao ano] e, se fizerem alguma movimentação no sentido de redução, deve ser pequena e pontual”, afirmou, em nota, Bruno Gama, CEO da CrediHome.
Cobranças por bancos
De acordo com um levantamento realizado pelo portal UOL, as instituições bancárias estão com as seguintes taxações para o financiamento da casa própria:
- Banco do Brasil: a partir de 6,59%
- Bradesco: a partir de 6,95%
- Caixa Econômica Federal: a partir de 6,5%
- Itaú Unibanco: a partir de 7,3%
- Santander: a partir de 6,99%.
Estimativas de novas cobranças
Para quem estiver na decisão de validação de um financiamento, há uma estimativa de que a taxa de juros dos negócios imobiliários, para 2020, deverá ser fechada em 7%. A quantia é atrativa se comparada com os últimos anos, podendo resultar em economia de cerca de R$ 90 mil apenas por essa correção.
“O crédito imobiliário está em um patamar como nunca esteve. Basicamente, quando você compra imóvel financiado, na prática, você compra crédito. E, quando você compra crédito, principalmente em valor alto, em prazo alto, a taxa de juros influencia muito. O financiamento que mais sai é na faixa de R$ 200 mil para um bem de R$ 250 mil”, disse Alberto Ajzental, coordenador do curso de desenvolvimento de negócios imobiliários da FGV.
Para Sillas de Souza Cézar, professor de economia da Faap, acredita que dificilmente o país viverá um novo período tão atrativo quanto este. Ele explica que além da redução da Selic, a inflação também está em baixa, o que torna o produto ainda mais vantajoso.
“Para quem quer comprar imóvel para morar, chegamos a um bom momento. Dificilmente teremos uma convergência tão forte de fatores favoráveis. Mas para investimento tenho dúvidas”.
Opte por financiamento imobiliário prolongado
Decidindo assinar o contrato, reavalie o tempo total de vencimento do mesmo. Por se tratar de um investimento de grande porte e sabendo que uma vez validado, as taxas de juros não serão alteradas, o titular deve optar por pagamentos mais longos. Entretanto, o ideal é que o tempo total de pagamento seja de até 25 anos, se possível.
“Lembre-se de que, para financiar, você precisa reunir condições de estabilidade de emprego e renda. É uma ótima oportunidade porque, sim, está mais barato por questão dos juros e crédito. A diferença de um financiamento de 25 anos para o de 30 anos, em reais por mês, é baixa. Então, se possível, opte por até 25 anos”, pontuou Ajzental.