Prorrogação do auxílio emergencial deverá ser definida nessa semana. Nos últimos dias, representantes do governo começaram a se articular para definir se irão encerrar o coronavoucher no mês de outubro ou continuar com o pagamento até dezembro. Segundo fontes administrativas, a extensão deverá ser definida pelo presidente Jair Bolsonaro, até esta sexta-feira (21).
Um dos principais problemas de manter o auxílio emergencial até o fim do ano seria o rombo nos cofres públicos.
De acordo com a equipe econômica, a decisão irá gerar um gasto 17 vezes maior do que o valor do Bolsa Família, dessa forma se tornaria insustentável para os cofres públicos. Para poder aprovar a extensão, o governo avalia a possibilidade de reduzir o valor das parcelas.
Inicialmente, o auxílio emergencial seria ofertado em três rodadas de R$ 600. Ainda em junho, foi aprovada a prorrogação com o valor de R$ 600 dividido em mais duas parcelas. Agora, estuda-se manter o pagamento até dezembro, com quantias entre R$ 200 e R$ 300.
Câmara defende auxílio emergencial integral
Na Câmara dos Deputados, o presidente Rodrigo Maia, defende que manter o auxílio emergencial em seu valor total é uma decisão mais do que necessária para garantir o direito mínimo de milhares de brasileiros que foram afetados pela pandemia.
— O Parlamento tem responsabilidade. A gente sabe que a manutenção dos R$ 600 é muito difícil — disse Maia.
Entretanto, o parlamentar sabe do rombo dos cofres públicos e por isso acredita que é necessária uma redistribuição fiscal para que o projeto seja custeado.
No ministério da economia, Guedes pensa em manter as parcelas com valores de R$ 200, R$ 250 ou R$ 300 e na sequência dar início ao funcionamento do Renda Brasil.
Prorrogação poderá beneficiar o governo
Segundo cientistas políticos, o motivo pelo qual o governo avalia estender o auxílio emergencial diz respeito a uma estratégia de campanha. Para caminhar com a reforma tributária, a equipe de Jair Bolsonaro sabe que irá se prejudicar com a classe média alta, tendo em vista que regime de impostos ficará mais pesado.
Dessa forma, ampliando o auxílio emergencial e lançando o Renda Brasil, o governo estará se aproximando dos brasileiros de baixa renda, que até então não eram eleitores do atual presidente.
Desde que liberou o coronavoucher, a aceitação de Bolsonaro vem crescendo consideravelmente no Nordeste, única região que não o elegeu em 2018.