A pandemia causada pelo novo coronavírus causou um estrago nas contas públicas neste ano. O estado de São Paulo (SP), que possuí o segundo maior orçamento público do país, está com a estimativa que neste ano o déficit em suas contas será de R$10,4 bilhões.
Com a intenção de reduzir esse impacto, o governador do Estado, João Doria (PSDB) vai encaminhar à Assembleia Estadual um pacote com medidas que prevê o fechamento de estatais, programa de demissão voluntária de servidores e redução nos benefícios fiscais.
Neste ano, a receita do estado deve cair muito por conta da desaceleração econômica, mas a medida que o governo federal concedeu com a suspensão do pagamento da dívida com a União e bancos, vai ajudar o estado a fechar suas contas no azul.
A previsão é que a receita com ICMS neste ano, não ultrapasse o valor de R$138 bilhões, mas o esperado antes da pandemia era de R$152 bilhões. Esse tributo corresponde a cerca de 70% do que o governo arrecada.
Caso as projeções se confirmem, neste ano a receita será equivalente ao de 2009. A estimativa é que em 2020, a arrecadação seja de R$ 141 bilhões com o tributos, mesmo volume que foi apurado no ano de 2017.
O secretário estadual de Orçamento, Gestão e Projetos de São Paulo, Mauro Ricardo Costa, disse que este ano ainda não é o problema para os estados.
“O maior problema dos estados não será este ano, mas em 2021. Será catastrófico. Muita gente ainda não se atentou para isso. Em 2021, a recuperação econômica será mais lenta do que vem dizendo o governo. As receitas continuarão num patamar baixo”, disse.
De acordo com Costa, no próximo ano, não há perspectiva de continuidade dos auxílio que o governo forneceu neste ano.
“Em 2021, as despesas crescerão de maneira geral com alunos da iniciativa privada migrando para as escolas públicas e as redes de saúde demandando mais custeio por causa da ampliação feita durante a pandemia. Enfim, o orçamento estará muito mais pressionado”, concluiu.