PONTOS CHAVES
- Novos pagamentos englobam 1,15 milhões de pessoas
- Serão dois grupos com pessoas que pediram reanálise e também os que tiveram o pagamento suspenso
- Primeiramente os pagamentos serão feitos no Caixa Tem
Foram divulgados ontem (3) pelo Ministério da Cidadania, os novos calendários de pagamento do auxílio emergencial que vão englobar os novos aprovados pela Dataprev, e os beneficiários que realizaram contestação após ter o auxilio negado e que foram reavaliados. O total de beneficiados nestes calendários é de cerca de 1,15 milhões de pessoas.
Com estes novos grupo, o auxílio emergencial atinge a marca de 66,2 milhões de pessoas contempladas com a ajuda do governo.
As novas datas de pagamento englobam:
- 805 mil beneficiários que contestaram a decisão através da plataforma digital entre os dias 24 de abril e 19 de julho e tenha sido considerado apto após o procedimento.
- 345 mil beneficiários que receberam a primeira parcela no mês de abril mas tiveram o pagamento suspenso em julho, por conta de atualizações de dados governamentais.
Funcionamento do pagamento
Para estes novos grupos, o pagamento acontecerá da mesma forma que tem sido feito para os demais beneficiários. No primeiro momento os valores recebidos só poderão ser movimentados através do aplicativo Caixa Tem.
No app é possível pagar contas, boletos e ainda fazer compras com o cartão de débito virtual e compras presenciais com o QR Code.
Já os saques e transferências para outras contas só serão liberados em uma outra data definida e que pode ser conferida abaixo.
Novas datas de pagamento do auxílio emergencial
- Sexto lote de aprovados
Neste lote de pagamentos, recebem os trabalhadores que tiveram o auxílio negado inicialmente e recorreram da decisão entre os dias 24 de abril e 19 de julho, e então foram considerados aptos a receber. Confira:
- Beneficiários que tiveram o auxílio suspenso
Já neste grupo estão os trabalhadores que receberam a primeira parcela no mês de abril, mas que tiveram o pagamento suspenso em julho, por causa das atualizações dos dados cadastrais. Estas pessoas receberão:
Devoluções do auxílio somam R$72 milhões
Segundo o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni (DEM), foram devolvidos por cerca de 79 mil pessoas, os valores pagos indevidamente do auxílio emergencial.
Estas pessoas não se enquadravam nas exigências do benefício e o montante devolvido somou R$72 milhões. O procedimento de devolução é feito através do portal do Ministério da Cidadania.
O ministro disse em entrevista a TV Band, que as devoluções foram feitas por pessoas que receberam o auxílio indevidamente e das mais variadas formas.
Ele disse que o total devolvido por estas 79.067 pessoas já retornaram para os cofres públicos, e vão ser direcionados para quem realmente precisa.
Auxílio emergencial chegou a metade dos lares brasileiros em junho
Direta ou indiretamente, as medidas de auxílio emergencial promovidas pelo governo federal no enfrentamento da pandemia do coronavírus, atingiram cerca da metade da população em junho.
De acordo com dados da Pnad Covid, divulgada no dia 23 de julho pelo IBGE, 43% das casas no país possuem algum membro que está recebendo o auxílio emergencial do governo ou o BEm (Benefício de Proteção ao Emprego), pago para os trabalhadores que tiveram o contrato de trabalho suspenso ou sua jornada e salário reduzido.
Os dados obtidos em junho, são superiores aos de maio, quando foram identificados 38% dos lares no Brasil com pelo menos um membro beneficiário do auxílio ou do BEm. No total, 29,4 milhões de domicílios receberam alguma ajuda no mês de junho, com um valor médio de R$845.
Os estados do Norte e do Nordeste foram os que mais receberam ajuda, com uma média de 45% das casas com algum membro beneficiário. Já no Sul, o percentual foi de 30%.
Mesmo com foco na população mais carente, ainda existe uma parcela que não foi atingida pelas ajudas do governo, como a extrema pobreza, por exemplo.
Os dados do IBGE mostram que 3,4 milhões de pessoas que possuem uma renda familiar per capita menor que R$50, não conseguiram acesso ao auxilio emergencial.
Com uma possível alta nas taxas de desemprego nos próximos meses e o fim da ajuda em agosto, os especialistas se preocupam com esta parcela da população. O auxílio tem sido uma espécie de colchão na renda das famílias, principalmente entre os mais carentes.
Para se ter uma ideia, somente na última semana de junho, cerca de 1,4 milhão de pessoas perderam sua ocupação.
“O mercado de trabalho não vai ser capaz de absorver essas pessoas. Se tivéssemos numa situação de queda dos casos (de Covid-19), assim como dos indicadores de mortalidade e contágio, a situação seria mais branda”, afirmou a pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Débora Freire Cardoso.
Débora defende que o auxilio emergencial seja pago até agosto ou que seja criado um programa de transição.
Entre os 10% da população mais pobre, a renda domiciliar per capita com auxílio foi de R$ 271,92. Sem o auxílio do governo, essa quantia vai para míseros R$ 7,15. Em média, o aumento da renda domiciliar é de 11%.