A Taxa Selic atingiu recentemente sua mínima histórica de 2,25% e forçou o investidor a sair da zona de conforto da renda fixa para procurar uma modalidade de maior rendimento. Observando as últimas movimentações, que fez a quantidade de pessoas físicas na B3 subir 44% no primeiro semestre deste ano, os grandes bancos e corretoras já estão se movimentando para aquecer os investimentos.
Os bancos e corretoras passaram a oferecer novos produtos, diminuir o valor inicial das aplicações entre outras coisas. Porém, é preciso ter atenção e cautela, pois estas ofertas podem não ser tão vantajosas quanto parecem.
Os especialistas citam o Certificado de Operações Estruturadas (COE), que é divulgado para o público como uma forma do pequeno investidor conseguir acesso a mercados mais sofisticados. Mas é preciso observar alguns pontos.
“O problema do COE são as taxas embutidas. Ele é rentável, por isso há instituições financeiras que apresentam esse produto com mais frequência. Outro ponto é que, por mais que o investidor peça detalhes, é uma modalidade de investimento complexa, cujas taxas não são claras. Não é um produto para quem não tem experiência no mercado” explica Tiago Reis, o fundador da consultoria Suno Research.
Tiago fala também sobre os fundos passivos que contém altas taxas de administração. Esta fundo aplica os recursos em índices de investimento em vez de montar uma carteira própria, seguindo alguma estratégia.
Por fim, o consultor fala sobre os fundos em que a referência de rentabilidade é descasada. Isto acontece, por exemplo, em um fundo de ações que tem como base o CDI para avaliar seu desempenho. Com a taxa Selic atualmente a 2,25% ao ano, esta forma de avaliação pode não ser a melhor para os ganhos.
Aporte inicial perto do zero
Segundo o levantamento feito pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), a média da taxa de administração em fundos de renda fixa com aplicação mínima de R$ 1 mil a R$ 25 mil é de 1,04% ao ano. Nos multimercados, a taxa vai a 1,98%, e nos fundos de ações, a 2,45%.
O professor de fianças do Insper, Michael Viriato, ressalta que os investidores precisam se ligar também no histórico de rendimentos e de gestão, não só nas taxas de administração. Com a grande variedade de produtos que estão chegando no mercado, a atenção do investidor precisa ser redobrada.