Uber deverá garantir 13° salário, férias e direitos CLT aos motoristas

Motoristas de Uber passarão a ser segurados por leis trabalhistas. Nessa semana, a Justiça do Trabalho de São Paulo aceitou um pedido processual que tem como finalidade reconhecer os motoristas do aplicativo como prestadores de serviço formal. 

Uber deverá garantir 13° salário, férias e direitos CLT aos motoristas (Imagem: Reprodução – Google)

De acordo com a juíza do Trabalho substituta Raquel Marcos Simões, o modelo de negócio pode ser considerado como vínculo empregatício. E por isso, cabe a empresa segurar a classe de benefícios como aviso-prévio, 13º salário, férias acrescidas de 1/3, recolhimento do FGTS e mais.  

A verificação do processo começou mediante as greves e demais reivindicações realizadas pelos motoristas da Uber. Muitos alegam que, com a pandemia do novo coronavírus, acabaram ficando descobertos financeiramente uma vez em que não são segurados pelas normas da empresa.  

Desse modo, formulou-se um projeto, encaminhada para a justiça paulistana, que o validou nos últimos dias. De acordo com a decisão da juíza, a Uber não dever ser considerada apenas uma empresa de tecnologia, já que não recebe receita recorrente a licença de uso de seu software. 

“Considerando que não há no negócio da ré remuneração pela licença de uso do aplicativo, cabe perquirir sobre qual a natureza da receita auferida pela Uber, que é cobrada dos motoristas”, pontuou Raquel. 

Outro ponto destacado foi que cabe a Uber determinar os detalhes da relação entre os passageiros e motoristas, já que a mesma define o valor cobrado e repassado entre ambos. A juíza relembrou que a marca pode alterar unilateralmente o valor da taxa de serviço a qualquer momento e a seu exclusivo critério”. 

Posicionamento da Uber 

Cientes do processo judicial em seu nome, a Uber informou que irá recorrer a decisão, “que é de primeira instância e representa entendimento isolado e contrário ao de diversos casos já julgados pelo Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo desde 2017″.  

Segundo a empresa “os tribunais brasileiros vêm construindo sólida jurisprudência confirmando o fato de não haver relação de emprego entre a Uber e os motoristas parceiros, apontando a inexistência de onerosidade, habitualidade, pessoalidade e subordinação, requisitos que configurariam o vínculo empregatício”. 

No que diz respeito aos vínculos de emprego, a marca relembrou que não determina a quantidade de dias nem de horas de trabalho do motorista, uma vez que estes escolhem livremente sua jornada.  

Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.
Sair da versão mobile