Crise no INSS bloqueia liberação de 1,4 milhão de benefícios

Em junho, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tinha 1.380.871 pedidos de benefícios previdenciários represados. Deste montante, 463.344 precisavam passar pela primeira análise e 917.527 já estavam avaliados e esperam somente que o beneficiário cumpra as exigências para começar a receber.

Crise no INSS bloqueia liberação de 1,4 milhão de benefícios
Crise no INSS bloqueia liberação de 1,4 milhão de benefícios (Foto Google)

Mesmo com o alto número de pedidos, o montante foi menor se comparado com o mês de maio. Veja:

O tempo médio para que os benefícios fossem liberados em todo o país foi de 46 dias no mês passado, o que também representou uma queda quando comparado a maio, em que na ocasião foram 57 dias.

A lei determina que todas as solicitações precisam ser avaliadas em no máximo 45 dias, sendo assim, o tempo médio ainda está acima do previsto pela lei.

O tempo para concessão vem diminuindo ao longo dos últimos meses. Em fevereiro eram 72 dias em média, em março caiu para 69 e por fim, em abril 65 dias.

O INSS diz que a diminuição no represamento de pedidos em análise e no tempo médio para liberação, se dá pelo fechamento das agências em decorrência do coronavírus.

Por conta disso, os funcionários foram realocados para cuidar das análises de benefícios, o que acelerou o tempo médio de conclusão e consequentemente o estoque.

O instituto fala também sobre os servidores aposentados do órgão que fizeram parte recentemente do processo seletivo. Eles começaram a trabalhar exclusivamente na análise de benefícios e a projeção é que até o mês de outubro, o estoque de pedidos represados seja zerado.

O portal Meu INSS continua sendo a ferramenta que deve ser usada para o pedido de benefícios. O telefone 135 também está disponível.

Cuidado com a documentação

Os especialistas alertam que o segurado que está aguardando a análise de seu benefício, precisa ter cuidado com a documentação que apresenta nas solicitações, e que é possível recorrer ao Judiciário caso o INSS negue o atendimento e a análise do benefício.

“O segurado pode judicializar a demanda se o prazo de análise ultrapassar um período razoável, de 30 a 45 dias, mas a recomendação inicial é que o segurado procure o Judiciário após insistir na esfera administrativa, por meio de contestação no próprio INSS. É possível abrir uma reclamação na Ouvidoria da Previdência, mas nem sempre o resultado é ágil ou positivo.” diz o especialista.

Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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