Pagamento pelo Whatsapp: o que os especialistas acham sobre a tecnologia?

Pagamentos digitais viram nova aposta no mercado brasileiro e dividem a opinião dos especialistas. Na última semana, o WhatsApp anunciou que usará o Brasil como teste de aplicação de seu novo serviço. Nos próximos dias, a marca estará permitindo que seus usuários façam transações bancárias pela própria ferramenta, de forma gratuita. Desse modo, será permitindo fazer pagamentos para pequenos empreendedores e até mesmo TED’s para amigos e familiares.  

Pagamento pelo Whatsapp: o que os especialistas acham sobre a tecnologia? (imagem: reprodução - google)
Pagamento pelo Whatsapp: o que os especialistas acham sobre a tecnologia? (imagem: reprodução – google)

De acordo com o WhatsApp, o serviço começará a funcionar em breve e a escolha de ter o Brasil como o primeiro país para acessar a plataforma está associada ao número de usuários.

Em seu anuncio oficial, a empresa informou que os brasileiros são o público com o maior tempo de uso na plataforma. Além disso, o país também contém o maior número de usuários.  

O que os especialistas dizem sobre a novidade no WhastApp

Ao ser anunciada a novidade, muitas opiniões começaram a surgir. De acordo com alguns economistas, trata-se de um investimento no mercado financeiro digital que está cada vez mais em acessão no país.  

Com o surgimento de novas tecnologias, cada vez mais empresas começam a buscar por novos serviços financeiros, fazendo crescer também o número de fintechs especializadas nesse serviço, como o Nubank, por exemplo.  

Segundo dados contabilizados pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), as formas de pagamento por aplicativo em lojas físicas cresceram de 4% para 21% entre 2018 e 2020. Além disso, a realização de transações feitas por aproximação, com celular, relógio ou pulseiras, cresceu 456% somente no primeiro semestre de 2020.  

Restrição de publico 

No entanto, apesar dos números parecerem positivos, alguns economistas alertam para uma certa seletividade quanto a utilização desses novos serviços. De acordo com dados do Banco Mundial, em 2017, em média 30% dos brasileiros ainda não possuíam conta em banco.

Já o instituto de pesquisa Locomotiva relevou que 45 milhões de pessoas atualmente não têm conta bancária, sendo 86% das classes C, D e E. 

Isso mostra que a aplicação das plataformas é destinada apenas para uma classe média alta, tendo em vista o número da desigualdade social no país.

Para quem não tem acesso aos aparelhos eletrônicos, recorrer a “empréstimos” com familiares ou ir presencialmente nas instituições bancárias ainda é a opção mais desejada.  

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Doutoranda e mestra em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a coordenação de edição dos Portais da Grid Mídia e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas socias e economia popular. Iniciou sua trajetória no FDR há 7 anos, ainda como redatora, desde então foi se qualificando e crescendo dentro do grupo. Entre as suas atividades, é responsável pela gestão do time de redação, coordenação da edição e analista de dados.